Síndrome do impostor: será que é possível superar a insegurança?

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Você quer saber quais são os sinais da síndrome do impostor e como eles afetam a sua vida?

Se você já se sentiu como se estivesse vivendo uma grande farsa, escondendo a verdade sobre suas habilidades e conquistas, e temendo que alguém descubra que você não é tão competente quanto parece, fique atento!

Esses podem ser alguns indícios que você está sofrendo dessa síndrome.

Caracterizada por uma persistente sensação de inadequação e medo de ser exposto, o problema pode ter um impacto profundo na vida pessoal e profissional.

Portanto, identificar e entender essa síndrome é essencial para reduzir seus efeitos negativos e promover uma visão mais realista e confiante de si mesmo.

O que é a síndrome do impostor e quem está mais propício a desenvolvê-la?

A síndrome do impostor caracteriza-se por uma sensação constante de inadequação e a crença persistente de que seus sucessos são decorrentes de sorte ou de enganar os outros, em vez de reconhecer suas próprias habilidades e conquistas.

Embora não seja oficialmente reconhecida como um transtorno mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome do impostor pode afetar várias áreas da vida, incluindo carreira, relacionamentos e bem-estar emocional.

Pessoas de grupos socialmente vulneráveis, como indivíduos não brancos e membros da comunidade LGBTQIAP+, têm uma maior tendência a desenvolver essa síndrome devido à constante exposição e vulnerabilidade social.

Esses grupos, muitas vezes, precisam se esforçar mais para superar estigmas e preconceitos.

Isso pode levar a uma confusão entre as expectativas sociais e a própria percepção de suas capacidades.

Já as mulheres podem ser mais impactadas no ambiente de trabalho, especialmente ao enfrentarem estereótipos negativos ou desigualdade de gênero, o que pode abalar sua confiança e levá-las a questionar suas próprias competências.

Um estudo revelou que 75% das executivas de todos os setores já experimentaram a síndrome do impostor em algum momento de suas carreiras.

Além disso, ambientes acadêmicos e de trabalho altamente competitivos também podem desencadear os sintomas da síndrome do impostor.

Nesse sentido, artigo publicado no British Medical Journal aponta que a síndrome do impostor é comum entre estudantes de medicina devido ao ambiente altamente competitivo e à constante necessidade de atualizar o conhecimento médico.

A cultura organizacional na medicina, que muitas vezes foca apenas em feedbacks negativos e tem uma atitude prejudicial em relação ao fracasso, também contribui para o desenvolvimento dessa síndrome.

Um estudo que analisou 14 artigos científicos sobre o tema apontou que esta síndrome está fortemente relacionada aos sinais psicológicos de Burnout. Exemplos incluem autossabotagem, esgotamento, exaustão profissional e emocional, despersonalização, depressão, ansiedade, baixa autoestima e incapacidade.

Além disso, os principais motivos listados para a ocorrência da síndrome são os desafios encontrados na jornada acadêmica e profissional.

Como reconhecer os sinais da síndrome?

Reconhecer os sinais da síndrome do impostor envolve observar certos padrões de comportamento e pensamento, como por exemplo:

Autocrítica excessiva

A pessoa se envolve em uma análise constante e negativa de seu próprio desempenho.

Assim, pode revisar repetidamente seus trabalhos, focando em pequenos erros e negligenciando os aspectos positivos.

Medo de falhar

O medo de falhar pode ser tão intenso que a pessoa evita novas oportunidades por medo de não corresponder às expectativas.

Isso pode levar à procrastinação, evitamento de responsabilidades e uma paralisia na carreira ou no desenvolvimento pessoal.

Atribuição do sucesso a fatores externos

Mesmo após realizar um bom trabalho, a pessoa com síndrome do impostor pode acreditar que o sucesso veio apenas por sorte ou circunstâncias favoráveis.

Isso pode levar a uma sensação contínua de que o próximo projeto ou tarefa revelará sua “incompetência”.

Comparação com os outros

A pessoa frequentemente se compara com colegas ou figuras de sucesso, sentindo-se inferior.

Então, pode acreditar que os outros são mais talentosos, competentes e merecedores de sucesso.

Perfeccionismo

Estabelecer padrões extremamente altos para si mesmo pode levar a um ciclo vicioso de auto exigência e decepção.

A pessoa pode passar um tempo excessivo em tarefas triviais na busca pela perfeição, o que pode resultar em esgotamento e frustração quando os resultados não correspondem às suas expectativas irrealistas.

Dificuldade em aceitar elogios

Quando elogiada, a pessoa pode sentir desconforto, minimizar suas realizações ou até mesmo rejeitar o elogio.

Ademais, pode sentir que o elogio não é merecido e que os outros não estão vendo a “verdadeira” pessoa por trás do sucesso.

Medo da exposição

O medo constante de ser “descoberto” como uma fraude pode levar a comportamentos defensivos, como evitar responsabilidades, recusar promoções ou trabalhar de maneira oculta.

Esse medo pode ser debilitante, afetando tanto a vida profissional quanto a pessoal.

Como diagnosticamos a síndrome do impostor?

O diagnóstico da síndrome do impostor será conduzido pelo psicólogo ou psiquiatra e envolve a análise dos sinais e sintomas relatados pelo paciente.

Durante as consultas, faremos perguntas detalhadas sobre o dia a dia da pessoa, seus antecedentes pessoais, familiares e de saúde para compreender melhor suas experiências e comportamentos.

Essas perguntas ajudam a identificar padrões de pensamento e comportamento que são indicativos da síndrome do impostor.

Além disso, podemos utilizar testes específicos para fortalecer o diagnóstico, entre eles estão:

  • Escala do Fenômeno Impostor de Clance (EFIC): este teste ajuda a medir a intensidade e a frequência com que a pessoa experimenta sentimentos associados à síndrome do impostor;
  • Escala do Fenômeno Impostor de Harvey (EFIH): semelhante à EFIC, esta escala foca em identificar comportamentos e pensamentos que indicam uma luta interna com a autopercepção de incompetência;
  • Escala do Fenômeno Impostor de Leary (EFIL): esta ferramenta avalia como a pessoa lida com as expectativas externas e sua percepção de como os outros a veem, o que pode contribuir para sentimentos de ser um impostor.

Essas ferramentas, combinadas com a avaliação clínica, possibilitam o diagnóstico da síndrome do impostor, facilitando a recomendação para intervenções terapêuticas adequadas.

Como realizamos o tratamento da síndrome?

Geralmente, realizamos o tratamento da síndrome do impostor por meio de abordagens que visam auxiliar o paciente a reconhecer e reestruturar pensamentos distorcidos sobre suas próprias habilidades e conquistas.

Nesse sentido, a psicoterapia ajuda a identificar e desafiar pensamentos negativos e irracionais.

A terapia também é uma oportunidade para explorarmos a origem desses sentimentos, desenvolver uma autoimagem mais positiva e aprender estratégias de enfrentamento para lidar com a autocrítica e o medo de ser exposto como uma fraude.

Para isso, frequentemente utilizamos técnicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Terapia Focada em Esquemas para tratar esses padrões de pensamento, promovendo mudanças duradouras na forma como o paciente se percebe.

Além disso, técnicas de relaxamento, como mindfulness, meditação e exercícios de respiração, podem ser incorporadas ao tratamento.

Essas práticas ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade, promovendo um estado mental mais calmo e equilibrado.

Então, se você se identifica com os sintomas da síndrome do impostor, não hesite em buscar ajuda.

O acompanhamento profissional é essencial para lidar com esse desafio.

Entre em contato com o Centro Afeto e agende uma consulta com nossos especialistas em saúde mental!

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