Crise de pânico: aprenda a identificar os sinais e saiba como superar

Compartilhar

As crises de pânico são episódios súbitos de medo intenso e desconforto, que podem causar uma série de sintomas físicos e emocionais, como palpitações, falta de ar, tontura, entre outros.

Muitas vezes, esses episódios surgem sem uma causa aparente, deixando a pessoa desorientada e assustada.

Dessa forma, entender os sinais e saber como lidar com essas crises é fundamental para quem enfrenta o transtorno de pânico.

Neste artigo, vamos mostrar como você pode reconhecer os principais sinais de uma crise de pânico e ensinar estratégias para superar esses momentos de angústia.

Acompanhe!

O que é uma crise de pânico? Qual a diferença do transtorno de pânico?

Uma crise de pânico é um episódio súbito de medo intenso que provoca uma série de reações físicas e emocionais.

Diferente do que muitos acreditam, uma crise de pânico não está diretamente ligada ao medo extremo de uma situação específica.

Esses eventos são mais uma resposta fisiológica do corpo do que uma reação ao que desencadeou o episódio em si.

As crises podem se manifestar a partir dos 15 anos, sendo mais frequentes entre os 25 e 40 anos.

Embora menos comuns, também podem ocorrer em crianças.

A extensão das crises varia, podendo durar poucos minutos ou até horas. Em geral, as crises de pânico atingem um pico de intensidade em até 10 minutos e, depois disso, começam a remitir gradualmente. 

Esses episódios podem ocorrer em qualquer lugar e momento, por exemplo, enquanto a pessoa está caminhando, dirigindo ou até segura em casa.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSM-5-TR), os ataques de pânico são relativamente comuns, atingindo até 11% da população mundial ao longo de um ano.

Pode ocorrer do indivíduo se recuperar sem intervenção, mas alguns acabam desenvolvendo transtorno de pânico.

O transtorno de pânico consiste na ocorrência repetida de ataques de pânico, geralmente acompanhada por um temor em relação a novos episódios ou por alterações no comportamento para evitar situações que possam desencadear os ataques.

Afeta entre 2% e 3% da população mundial e, geralmente, surge no final da adolescência ou início da vida adulta, sendo cerca de duas vezes mais frequente em mulheres do que em homens.

Quais são as principais causas de uma crise de pânico?

As causas de uma crise de pânico ainda não são completamente claras, mas diversos fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.

Alguns dos principais incluem:

  • Predisposição genética: pessoas com histórico familiar de transtorno do pânico têm maior probabilidade de desenvolver crises​;
  • Estresse intenso: situações de estresse extremo, como problemas familiares, profissionais ou financeiros, podem desencadear crises de pânico​;
  • Experiências traumáticas: eventos traumáticos, como acidentes, assaltos, ou abusos na infância, podem ser gatilhos para crises​;
  • Alterações químicas no cérebro: desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias que regulam o humor e as respostas emocionais, estão associados ao transtorno do pânico​;
  • Uso de substâncias: consumo de álcool, cafeína, drogas ilícitas ou certos medicamentos podem desencadear ou piorar crises de pânico;
  • Outros transtornos psiquiátricos: o transtorno de pânico frequentemente ocorre em conjunto com pelo menos uma outra condição psiquiátrica, como transtornos de ansiedade, depressão maior, transtorno bipolar e transtorno leve por uso de álcool. 

Quais são os principais sintomas dessa condição?

Os principais sintomas de uma crise de pânico incluem uma combinação de sinais físicos e emocionais, que geralmente aparecem de forma súbita e intensa.

Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • Palpitações ou aumento da frequência cardíaca;
  • Transpiração excessiva, mesmo em ambientes frios​;
  • Sensação de tremor no corpo, que pode ser visível ou interno​;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento;
  • Dor ou pressão no peito, que pode ser confundida com sintomas de infarto​;
  • Tontura ou sensação de desmaio​;
  • Medo intenso de morrer ou de perder o controle​;
  • Ondas de calor ou calafrios​;
  • Formigamento ou dormência em diferentes partes do corpo, como mãos e pés​;
  • Sensação de desconexão de si mesmo ou do mundo ao redor​.

O que fazer em caso de uma crise de pânico?

Um estudo publicado na Current Psychology avaliou que alguns fatores podem ajudar a controlar uma crise de pânico, como a inteligência emocional e o uso adequado  de estratégias de enfrentamento e regulação emocional.

Assim, algumas ações que poderão ajudar a aliviar os sintomas e acalmar o corpo são:

Respire devagar e profundamente

Concentre-se na respiração, inspirando lentamente pelo nariz por quatro segundos, segurando o ar por quatro segundos e expirando pela boca por outros quatro segundos.

Isso ajuda a combater a hiperventilação e a acalmar o sistema nervoso​.

Foque no presente

Tente ancorar-se ao momento presente olhando ao seu redor, identificando objetos, cheiros ou sons.

Isso pode ajudar a afastar a mente dos sintomas e diminuir a sensação de descontrole​.

Lembre-se de que é temporário

Lembrar que a crise vai passar e que os sintomas são o resultado de uma reação de pânico, e não algo perigoso como um ataque cardíaco, pode ajudar a reduzir o medo​.

Use técnicas de relaxamento

Praticar técnicas de relaxamento, como a visualização de um lugar calmo ou o relaxamento muscular progressivo pode auxiliar no controle dos sintomas​.

Evite fugir ou se isolar

Permanecer no local onde a crise ocorreu pode ajudar o corpo a entender que o ambiente é seguro, reduzindo o medo de que novas crises ocorram ali​.

Peça ajuda

Se possível, converse com alguém de confiança que possa ajudar a guiá-lo através dos passos de respiração e mantê-lo calmo​.

Como é feito o diagnóstico do paciente?

O diagnóstico após uma crise de pânico é feito com base nos sintomas apresentados e em uma avaliação clínica.

Para que uma crise de pânico seja diagnosticada, bem como suas condições associadas, utilizamos os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) que exigem que a pessoa tenha ao menos quatro dos sintomas relacionados a uma crise de pânico:

  • Palpitações, taquicardia ou coração acelerado;
  • Sudorese;
  • Tremores ou abalos;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento;
  • Dor ou desconforto torácico;
  • Náusea ou desconforto abdominal;
  • Sensação de tontura, vertigem ou desmaio;
  • Calafrios ou ondas de calor;
  • Sensações de formigamento;
  • Medo de perder o controle ou de morrer.

Além disso, é importante realizarmos exames físicos e laboratoriais para descartar outras condições médicas que possam estar causando os sintomas, como problemas cardíacos, tireoidianos ou hipoglicemia​.

Por fim, podemos ainda realizar uma avaliação psicológica para compreender os fatores de risco ou gatilhos emocionais que possam estar contribuindo para os episódios​.

Como realizamos o tratamento dessa condição?

Durante uma crise de pânico, o foco é acalmar a pessoa e aliviar os sintomas imediatos. Em alguns casos, medicações como os benzodiazepínicos podem ser tentadas para remitir com mais rapidez os sintomas durante um episódio. 

Para aqueles que se enquadram no quadro mais crônico – o transtorno de pânico – outras abordagens precisam ser incluídas no tratamento. 

Nesses casos, psicoterapia, em especial a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e o uso de medicamento são ferramentas poderosas. Medicações com função antidepressiva são as mais usadas nessas situações. 

Na psicoterapia, o psicólogo auxilia o paciente a identificar e modificar os pensamentos catastróficos e comportamentos que alimentam o ciclo das crises.

Lembramos que, sem tratamento adequado, o quadro pode evoluir para uma condição crônica, afetando a vida pessoal, profissional e social do paciente.

Portanto, caso você ou alguém que conheça esteja enfrentando crises de pânico, é importante procurar ajuda especializada, pois a abordagem adequada pode melhorar muito a qualidade de vida​.

No Centro Afeto contamos com uma equipe de especialistas em saúde mental, pronta para realizar um acompanhamento personalizado.

Agende sua consulta o quanto antes!

Ver mais

depressao-resistente-tem-cura-centro-afeto-psiquiatra-sao-paulo
Clínica

Depressão resistente tem cura?

A depressão resistente é uma condição que representa um desafio tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde. Trata-se de um quadro em que os sintomas depressivos persistem, mesmo após o uso de diferentes abordagens medicamentosas, comprometendo de forma severa a qualidade de vida, as relações sociais e a funcionalidade do paciente. Para muitas pessoas, essa resistência ao tratamento pode gerar frustração e desespero, criando a impressão de que não há solução possível. Entretanto, a depressão resistente não é apenas a ausência de resposta aos tratamentos tradicionais. Ela reflete uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos e ambientais que demandam uma abordagem multidisciplinar e inovadora. Assim, com os avanços da medicina e a crescente compreensão sobre os mecanismos envolvidos nesse tipo de depressão, novas possibilidades de tratamento têm surgido, trazendo esperança para quem convive com essa condição tão debilitante. O que é a depressão resistente? A depressão resistente, também conhecida como depressão refratária ou depressão maior, é um termo usado para descrever casos de depressão em que os sintomas não melhoram. Isso ocorre mesmo após o uso adequado de, no mínimo, dois tratamentos com medicamentos sendo usados por tempo e com dose corretos.  Assim, garantimos que o sistema nervoso central tenha tempo suficiente para responder ao tratamento. Essa pesquisa conduzida na América Latina revelou que 30% dos indivíduos diagnosticados com depressão sofrem com a forma resistente da condição. Os dados destacaram que, no Brasil, aproximadamente 40,4% das pessoas com depressão apresentam quadro refratário. Quais são os sintomas dessa condição? Os sintomas da depressão resistente são semelhantes aos da depressão, mas persistem mesmo após tentativas de tratamento adequado. Assim, entre os principais sinais dessa condição, podemos destacar: É fundamental compreender que a depressão refratária não é um sinal de fraqueza ou falta de determinação, mas sim uma condição em que os tratamentos convencionais não apresentam resultados, tornando necessária a adoção de abordagens terapêuticas mais intensivas. Como realizamos o diagnóstico dessa condição? O diagnóstico de depressão resistente é feito por um psiquiatra por meio de uma abordagem que envolve avaliações clínicas, históricas e laboratoriais. Ele se aplica a casos em que o paciente não apresenta resposta satisfatória a pelo menos dois medicamentos antidepressivos diferentes, administrados nas doses adequadas e por um período suficiente. Além disso, esse estudo reforça que o diagnóstico requer a exclusão de condições que possam interferir no tratamento, como comorbidades médicas ou psiquiátricas, uso inadequado de medicação ou diagnósticos incorretos.​ Nessa avaliação, temos que incluir o uso de escalas de gravidade da depressão, avaliação do risco de suicídio e entrevistas estruturadas para explorar possíveis fatores associados, como ansiedade, traumas e histórico de resistência medicamentosa. Também podemos indicar exames laboratoriais para investigar causas secundárias, incluindo disfunções tireoidianas, deficiências vitamínicas e alterações hormonais. Por fim, em alguns casos, testes farmacogenéticos ajudam a identificar variações genéticas que podem influenciar a resposta aos medicamentos​ Depressão resistente tem cura? Quais são os tratamentos disponíveis? A depressão resistente ao tratamento não é facilmente curada, mas há uma série de abordagens disponíveis para ajudar os pacientes a gerenciar a condição. Os tratamentos podem ser combinados para oferecer a melhor resposta possível para cada indivíduo. Confira abaixo algumas das opções utilizadas atualmente: Combinando medicamentos A abordagem padrão envolve tentar diferentes classes de antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina ou antidepressivos tricíclicos. Além disso, pode ser necessário combinarmos medicamentos ou usar terapias adjuvantes. Isso inclui estabilizadores de humor, como o lítio, e antipsicóticos atípicos, para melhorar a resposta terapêutica​ Escetamina A escetamina, um derivado da cetamina, é uma opção mais recente que tem mostrado bons resultados no tratamento da depressão resistente. A escetamina, administrada intra nasal ou por via intravenosa, tem um início de ação rápido e um impacto positivo na redução de sintomas depressivos e comportamentos suicidas. O mecanismo envolve a modulação do sistema glutamatérgico, melhorando a conectividade neural e a plasticidade sináptica no córtex pré-frontal. Esse estudo confirma a importância do medicamento para pacientes que não respondem a antidepressivos tradicionais. O paciente deve receber a dose de escetamina sob supervisão médica direta em um ambiente controlado e seguro. Alguns pacientes relatam uma melhora significativa nos sintomas depressivos dentro de 3 a 4 horas após a aplicação.  No entanto, essa melhora inicial pode não se manter após as primeiras sessões, tornando essencial a continuidade do tratamento e o cumprimento rigoroso do protocolo estabelecido. Após cada aplicação, o paciente é monitorado por cerca de duas horas para observar possíveis efeitos colaterais, como dissociação, sedação, elevação da pressão arterial, entre outros, assegurando o acompanhamento necessário para sua segurança. Se você quer saber mais sobre o tratamento com a escetamina, acesse esse artigo em nosso blog! Estimulação magnética transcraniana (EMT) Também conhecida como neuromodulação, a estimulação magnética é uma terapia não invasiva que utiliza campos magnéticos para estimular áreas específicas do cérebro associadas à depressão. O estímulo atravessa a estrutura craniana até alcançar o córtex cerebral, onde atua diretamente nos neurônios, promovendo a melhora dos sintomas depressivos. Os pulsos emitidos em baixa frequência (geralmente 1 hertz) têm a função de inibir a atividade da região cerebral tratada, enquanto os pulsos de alta frequência (geralmente 10 hertz) estimulam seu funcionamento, otimizando os resultados terapêuticos. Essa terapia tem mostrado eficácia em pacientes com depressão resistente, especialmente quando outros tratamentos não foram eficazes. Esse artigo analisa a eficácia de um tipo acelerado de estimulação magnética transcraniana para o tratamento da depressão. A revisão demonstrou que a estimulação magnética reduz os sintomas depressivos de maneira rápida, com benefícios de manutenção a longo prazo. Terapia eletroconvulsiva (ECT) A ECT envolve a aplicação de uma corrente elétrica controlada no cérebro para induzir uma breve convulsão. Esse é um tratamento comprovadamente eficaz em casos de depressão grave que não responderam a outros tratamentos. Embora seja considerada o “padrão-ouro” para a depressão resistente, a ECT também apresenta desafios, como efeitos colaterais associados, especialmente problemas de memória e a necessidade de anestesia geral durante os procedimentos. Apesar disso, esse artigo destaca os diversos benefícios do tratamento e a considera uma opção valiosa para casos

medicamento-dermatite-atopica-centro-afeto-alergista-sao-paulo
Clínica

Medicamento para dermatite atópica: o que há de novo?

Você está em busca de informações sobre medicamento para dermatite atópica? A dermatite atópica é uma condição crônica de pele que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, causando coceira intensa, inflamação e lesões na pele. Embora o tratamento dessa condição tenha evoluído ao longo dos anos, muitos pacientes ainda enfrentam desafios para controlar os sintomas de forma eficaz. Felizmente, novas opções terapêuticas têm surgido, trazendo avanços importantes para o tratamento dessa condição, especialmente para casos moderados a graves. Neste artigo, vamos explorar os novos medicamentos aprovados e o impacto que eles têm no manejo da dermatite atópica, além de como podem beneficiar aqueles que buscam um tratamento mais eficaz e personalizado. Acompanhe neste artigo! O que é a dermatite atópica? A Dermatite Atópica (DA) é uma doença de pele crônica, inflamatória, recorrente e caracterizada por coceira intensa.  Embora seja mais comum em crianças, com início precoce, também pode atingir adultos, que correspondem a cerca de um terço dos novos casos diagnosticados. Ela se caracteriza por episódios de inflamação, vermelhidão, coceira intensa e pele seca. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 15% a 25% das crianças e 7% dos adultos são afetados pela dermatite atópica. É importante saber que, embora essa seja uma condição crônica, com manejo adequado, a dermatite atópica pode ser controlada e os sintomas podem ser aliviados, permitindo uma boa qualidade de vida para os pacientes. Quais são as causas da dermatite atópica? A dermatite atópica tem uma forte associação com a predisposição genética, especialmente em indivíduos com histórico familiar de doenças alérgicas, como asma e rinite. Quando os pais ou familiares próximos têm essas condições, o risco de uma criança desenvolver dermatite atópica aumenta consideravelmente. Essa predisposição genética ocorre devido à interação de múltiplos genes envolvidos na regulação da função da barreira cutânea e da resposta imunológica, o que torna a pele mais suscetível a inflamações e reações alérgicas​ Além disso, fatores ambientais, como exposição a alérgenos (poeira, ácaros, pelo de animais) ou irritantes, podem desencadear ou agravar os sintomas. O sistema imunológico dos indivíduos com dermatite atópica responde de forma exagerada a essas substâncias, resultando em inflamação e coceira​ Esse artigo ainda lembra que o desequilíbrio na função da barreira cutânea também é um fator importante, já que a pele se torna mais permeável, facilitando a penetração de alérgenos e micro-organismos​. Além disso, estudos indicam que a presença de fatores psicossociais, como o estresse, também pode agravar a condição, com muitos pacientes relatando piora dos sintomas em momentos de pressão emocional​ Dessa forma, reforçamos que a dermatite atópica não é apenas uma questão de predisposição genética, mas envolve um complexo jogo entre o sistema imunológico, a função da pele e os estímulos do ambiente. Quais são os sintomas dessa condição? Os sintomas da dermatite atópica incluem: Lembramos que esses sintomas variam em intensidade e podem piorar em momentos de estresse, mudanças climáticas ou exposição a alérgenos. A gravidade da dermatite atópica varia de leve, moderada a grave, com os seguintes sintomas, segundo o ministério da saúde: Leve  Áreas com xerose, prurido infrequente (com ou sem áreas inflamadas). Pequeno impacto na qualidade de vida.  Moderada  Áreas com xerose, prurido frequente associado à inflamação (com ou sem sinais de escoriação e áreas localizadas de espessamento da pele. Moderado impacto nas atividades diárias e psicossociais, distúrbios do sono frequentes.  Grave  Xerose difusa, prurido constante e associado à inflamação (com ou sem sinais de escoriação, pele espessada com sangramento, liquenificação e alterações da pigmentação).  Limitação das atividades diárias e psicossociais, noites de sono perdidas. Como realizamos o diagnóstico da dermatite atópica? O diagnóstico da dermatite atópica é predominantemente clínico, baseado na história clínica e na observação das características das lesões. Para confirmar o diagnóstico, geralmente consideramos fatores como o histórico de evolução da condição, os padrões das lesões na pele e a presença de sintomas característicos, como prurido intenso e pele seca. Em casos suspeitos, exames complementares podem ser úteis, como a dosagem de IgE sérico, que tende a estar elevado na maioria dos pacientes com dermatite atópica. Além disso, a análise histopatológica também pode ajudar a identificar a condição, especialmente ao examinar as lesões em diferentes estágios (agudo ou crônico)​. Esses critérios clínicos são frequentemente baseados em diretrizes como as da Academia Americana de Dermatologia. Por fim, temos que levar em consideração no diagnóstico leve a possibilidade de outras condições dermatológicas, como eczema de contato ou psoríase, para garantir um tratamento adequado. Medicamento para dermatite atópica: o que há de novo? Tradicionalmente, o tratamento dessa condição ocorre a partir do uso de cremes tópicos com corticosteroides, que ajudam a reduzir a inflamação e a coceira. Inibidores de calcineurina também podem ser utilizados como alternativas aos corticosteroides, especialmente em áreas sensíveis da pele. No entanto, em muitos casos, especialmente nos quadros moderados e graves, os medicamentos padrão não apresentam os resultados esperados, deixando os pacientes sem o alívio necessário.  Por isso, a busca por novos tratamentos e medicamentos mais eficazes tem se tornado essencial, com o objetivo de atender às demandas de quem sofre com a doença de forma mais ampla e eficaz. Assim, além dos tratamentos tópicos tradicionais, como cremes hidratantes e corticosteroides, novos medicamentos estão sendo aprovados para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O Cibinqo® (abrocitinibe) é uma opção inovadora, um inibidor que age diretamente no processo inflamatório da dermatite atópica. Este medicamento, aprovado pela Anvisa em 2023, é um inibidor seletivo da Janus Quinase 1 (JAK1), que tem demonstrado um bom desempenho no controle da dermatite atópica. Ele é indicado para pacientes com dermatite atópica moderada a grave e é administrado oralmente, com doses que variam de 100 mg a 200 mg por dia, dependendo do risco do paciente. Cibinqo® tem sido eficaz no alívio rápido da coceira e na melhoria das lesões, com início de efeitos em um único dia de uso. Outro avanço importante no tratamento da dermatite atópica é o Lebriquizumabe, uma injeção mensal autorizada pela Anvisa em outubro de 2024. Este medicamento age

perfeccionismo-clinica-afeto-sao-paulo
Clínica

Sou perfeccionista! Saiba o que pode estar por trás do perfeccionismo.

“Sou perfeccionista, será que isso é bom ou ruim?” Se você busca constantemente o melhor desempenho, sente que nunca é bom o bastante e, muitas vezes, mede seu valor pelos resultados que alcança, talvez se identifique com esse traço de personalidade. O perfeccionismo é um comportamento complexo, frequentemente moldado por fatores psicológicos e ambientais. Para muitas pessoas, ser perfeccionista significa estabelecer padrões elevadíssimos e ser seu maior crítico. Quando não conseguem alcançar esses ideais, a autocrítica pode ser severa, alimentando um intenso medo de falhar e a necessidade de sempre entregar o máximo. Portanto, entender o que está por trás desse comportamento é fundamental para saber até onde ele contribui para o seu crescimento ou onde ele pode começar a atrapalhar. O que é o perfeccionismo? Quais são as características de uma pessoa perfeccionista? O perfeccionismo é um traço de personalidade caracterizado pela busca incessante por padrões extremamente elevados e, muitas vezes, inatingíveis em diversas áreas da vida. Pessoas perfeccionistas desejam realizar todas as tarefas de modo perfeito, não admitindo erros ou resultados que consideram insatisfatórios. Entre as principais características de uma pessoa perfeccionista, temos: No geral, existem dois tipos de perfeccionismo: o adaptativo, que pode ser motivador e produtivo, e o desadaptativo, que causa sofrimento, principalmente devido à autocrítica intensa e à busca por padrões inatingíveis. O ponto está em encontrar o equilíbrio e não deixar esta característica afetar as atividades e o cotidiano, o que muitas pessoas não conseguem sozinhas.  O que está por trás do perfeccionismo? O perfeccionismo é complexo e suas raízes podem ser encontradas em fatores psicológicos e ambientais. Do ponto de vista psicológico, ele está fortemente associado a uma autoestima dependente de desempenho, em que o valor pessoal é condicionado aos resultados obtidos. Perfeccionistas costumam ser extremamente autocríticos e, quando não atingem os padrões elevados que estabelecem para si mesmos, avaliam-se de maneira negativa, frequentemente experimentando um intenso medo de falhar. Além disso, muitos perfeccionistas sentem uma constante necessidade de aprovação, associando seu valor à aceitação e ao reconhecimento social. No que diz respeito aos fatores ambientais, estilos parentais rígidos e controladores, que enfatizam expectativas elevadas e críticas constantes, podem favorecer o desenvolvimento de padrões perfeccionistas. Dessa forma, indivíduos que percebem que seus pais possuem expectativas altas ou que são criticados regularmente tendem a internalizar essas exigências, levando-os a adotar um padrão de perfeccionismo que, em alguns casos, resulta em procrastinação e ansiedade. Além disso, a sociedade moderna também exerce forte influência, já que o sucesso, a excelência e a competitividade são exageradamente valorizados. Essa pressão social e cultural intensifica a tendência ao perfeccionismo, impulsionando as pessoas a perseguirem metas cada vez mais difíceis em diversos âmbitos. Perfeccionismo e saúde mental: qual a relação? Em muitos casos, o perfeccionismo pode ser um fator associado a problemas psicológicos e de saúde mental.  Quando o desejo de alcançar o “perfeito” passa dos limites, ele pode gerar sentimentos de frustração, autocrítica excessiva e estresse constante, aumentando a propensão a condições como depressão, ansiedade e transtornos alimentares. Como vimos, pessoas com altos níveis de perfeccionismo tendem a ser muito críticas consigo mesmas e desenvolvem padrões que nem sempre conseguem atingir.  Isso cria um ciclo de insatisfação, mesmo diante de conquistas, alimentando a sensação de que nada é o suficiente. Esse comportamento também pode levar ao isolamento social, pois o medo de “falhar” ou “não ser bom o bastante” pode afetar relações pessoais e profissionais. Um estudo realizado para avaliar a relação entre o perfeccionismo e diversas psicopatologias concluiu que esta condição é um fator presente em diagnósticos clínicos de depressão, transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos alimentares. A relação entre perfeccionismo e ideação suicida foi explorada em publicação do grupo da Louisiana State University. Foram notadas relações significativas entre o sentimento de derrota que os perfeccionistas podem experimentar (por meio de comparação social negativa), a sensibilidade à rejeição e a ideação suicida. Dessa forma, fica evidente que o perfeccionismo, quando excessivo, deixa de ser um aliado e passa a ser um obstáculo à saúde mental e ao bem-estar.  Buscar ajuda profissional é uma das melhores formas de aprender a controlar essas expectativas, evitando que este traço se transforme em um problema que prejudique a qualidade de vida. Sou perfeccionista: qual o lado bom nisso? O perfeccionismo é muitas vezes associado a aspectos negativos, como estresse e ansiedade. Entretanto, ele também pode apresentar vantagens quando direcionado de maneira saudável. O perfeccionismo adaptativo, caracterizado por altos padrões pessoais e motivação para alcançar metas, pode levar a um desempenho superior e à satisfação pessoal. Assim, pessoas com traços de perfeccionismo adaptativo tendem a apresentar maior resiliência e bem-estar psicológico. Além disso, o perfeccionismo pode fomentar a autodisciplina e a atenção aos detalhes, qualidades valorizadas em diversos contextos profissionais e acadêmicos. Nesse contexto, um estudo investigou a relação entre o perfeccionismo adaptativo e desadaptativo e as estratégias de regulação emocional cognitiva em estudantes universitários. Os resultados sugerem que o perfeccionismo adaptativo está associado a estratégias de regulação emocional mais saudáveis. Como lidar com o perfeccionismo? Confira abaixo algumas estratégias práticas para lidar com o perfeccionismo de forma saudável: Reconheça e aceite suas tendências perfeccionistas O primeiro passo para lidar com o perfeccionismo é reconhecê-lo e entender suas motivações. Assim, ao identificar que você está sendo excessivamente crítico consigo mesmo, pode ajustar essas expectativas. Esse processo de autoconsciência permite que você avalie o quanto o perfeccionismo afeta sua vida e onde ele está atrapalhando mais do que ajudando. Estabeleça metas realistas e flexíveis Defina objetivos que sejam desafiadores, mas ao mesmo tempo possíveis de alcançar. Ao fazer isso, você evita a frustração constante de não atingir metas inatingíveis. Além disso, ter flexibilidade é essencial para adaptar os objetivos às circunstâncias que mudam, sem sentir que falhou. Pratique a autocompaixão Ser gentil consigo mesmo ao enfrentar erros e imperfeições é fundamental para reduzir o impacto emocional do perfeccionismo. Em vez de se criticar, trate seus erros como oportunidades de aprendizado e crescimento. Esse exercício de autocompaixão ajuda a diminuir a autocrítica intensa

transtorno-obsessivo-compulsivo-toc-clinica-afeto-sao-paulo
Clínica

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): existe tratamento para esta condição!

Em busca de tratamento para o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)? Nessa condição, é comum que pensamentos indesejados invadam a mente e, por mais que a pessoa tente afastá-los, eles persistem. Esses sintomas podem interferir nas atividades diárias e nas relações pessoais e profissionais, levando muitos a se perguntarem se existe alívio para essa condição. Felizmente, com os avanços nos estudos relacionados à saúde mental, hoje existem tratamentos eficazes que ajudam a controlar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com TOC. Acompanhe neste artigo! O que é o transtorno obsessivo compulsivo (TOC)? O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um distúrbio de saúde mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambos. Afeta cerca de 1% a 2% da população mundial e é ligeiramente mais comum em mulheres do que em homens. Esses comportamentos podem incluir ações como lavar as mãos excessivamente, verificar portas ou eletrodomésticos repetidamente, ou contar objetos de maneira específica. Na grande parte dos casos, esses pensamentos e comportamentos obsessivo-compulsivos estão associados a preocupações com danos ou riscos. Ou seja, caso eu não tenha determinada ação, algo ruim pode ocorrer. É importante diferenciarmos o TOC de outros transtornos. O TOC não envolve perda de contato com a realidade, característica dos transtornos psicóticos, embora em alguns casos graves a percepção possa estar prejudicada. Além disso, o TOC não deve ser confundido com o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC), que é mais relacionado a características de personalidade, como perfeccionismo e rigidez, sem a presença de obsessões e compulsões intrusivas. Quais são os sintomas dessa condição? Os sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) envolvem dois componentes principais: obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos indesejáveis e recorrentes que provocam ansiedade e desconforto significativos. Por outro lado, as compulsões são ações ou rituais repetitivos que a pessoa se sente compelida a realizar para reduzir a ansiedade causada pelas obsessões. Confira abaixo os principais sinais associados a essa condição: Obsessões: Compulsões: Os  pacientes com TOC podem gastar horas diariamente envolvidas em pensamentos e rituais obsessivo-compulsivos.  Esses comportamentos podem causar grande angústia e interferir tanto na funcionalidade que algumas chegam a se sentir incapacitadas. Devido ao fato da maioria das pessoas com TOC estarem cientes de que esses pensamentos não representam riscos reais e que os comportamentos compulsivos são excessivos, muitos realizam seus rituais em segredo. Além disso, é comum que pessoas com TOC também apresentem outros transtornos mentais.  Aproximadamente 76% têm um diagnóstico de ansiedade e 41% enfrentam transtorno depressivo maior ao longo da vida. Outros dados relevantes é que cerca de 35% a 50% das pessoas com TOC apresentam pensamentos suicidas, e entre 10% e 15% já tentaram suicídio. Quais são as causas do Transtorno Obsessivo compulsivo? O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição multifatorial, cujas causas envolvem uma interação entre fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais. Estudos indicam uma forte predisposição genética para o desenvolvimento do TOC, já que familiares de primeiro grau de pessoas com o transtorno apresentam uma probabilidade maior de manifestá-lo. Fatores neurobiológicos também possuem um papel importante, com pesquisas mostrando disfunções no circuito estriato-talâmico-cortical, uma via neural essencial para o controle de pensamentos e comportamentos repetitivos. Essa disfunção parece dificultar a capacidade de filtrar pensamentos intrusivos, que se apresentam como obsessões em indivíduos com TOC. Além disso, alterações nos níveis de neurotransmissores, especialmente a serotonina, estão associadas ao transtorno. A baixa disponibilidade de serotonina é comum em casos de TOC, razão pela qual medicamentos que aumentam a disponibilidade deste neurotransmissor, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), são amplamente utilizados no tratamento. Além desses fatores, ressaltamos que eventos ambientais, como traumas e estresse, também podem atuar como gatilhos para o TOC em indivíduos predispostos. Como diagnosticamos o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)? Essa revisão mostra que o diagnóstico do TOC é desafiador, especialmente pela sobreposição com outros transtornos mentais, como ansiedade e depressão, o que leva a diagnósticos tardios. Essa similaridade, muitas vezes, leva a diagnósticos tardios e, consequentemente, ao agravamento dos sintomas e à cronificação da condição. Assim, o TOC requer uma avaliação criteriosa. Para diagnosticá-lo, utilizamos critérios específicos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que o identifica pela presença de obsessões, compulsões ou ambas. Além dos critérios diagnósticos formais, o diagnóstico envolve um histórico detalhado e uma entrevista clínica abrangente para diferenciar o TOC de outros transtornos. Métodos complementares, como escalas específicas para sintomas obsessivo-compulsivos (por exemplo, a Escala Yale-Brown de Obsessões e Compulsões, Y-BOCS), auxiliam na mensuração da gravidade dos sintomas. A Y-BOCS é amplamente utilizada para identificar os níveis de sofrimento e interferência das obsessões e compulsões na vida do paciente. Quais são as melhores opções de tratamento para o TOC? O Transtorno Obsessivo-Compulsivo pode ser tratado por meio de intervenções psicoterapêuticas e farmacológicas. Devemos considerar a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) como uma intervenção de primeira linha. Essa revisão demonstra a eficácia da TCC, mesmo quando aplicada de forma on-line, na redução dos sintomas obsessivo-compulsivos. Dentre as abordagens específicas da TCC, destacamos a Terapia de Exposição e Prevenção de Resposta (EPR), que expõe gradualmente o paciente a situações que desencadeiam obsessões, impedindo que ele realize as compulsões associadas. Essa técnica vem sendo reforçada por estudos recentes como eficaz no alívio da ansiedade e na redução dos comportamentos compulsivos. Já no campo farmacológico, podemos utilizar os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina. Assim, a combinação de TCC com tratamento farmacológico se destaca como uma abordagem bastante eficaz, particularmente para casos de TOC moderados a graves. Reforçamos que é essencial individualizar o tratamento do TOC, levando em consideração fatores como a gravidade dos sintomas, preferências pessoais e presença de outras condições de saúde mental. Portanto, caso você ou alguém próximo apresente sinais relacionados ao TOC, agende uma consulta com os especialistas em saúde mental do Centro Afeto o quanto antes!

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições