A relação entre a Síndrome de Stevens Johnson e o uso de medicações para tratamento de saúde mental.

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A Síndrome de Stevens Johnson é uma condição rara e grave que pode surgir como uma reação adversa a certos medicamentos, incluindo aqueles utilizados no tratamento de transtornos de saúde mental.

A síndrome provoca danos à pele e às mucosas, resultando em lesões dolorosas e complicações graves.

Por isso, ao iniciar ou ajustar tratamentos com substâncias de risco, é necessária uma atenção especial.

Além disso, é fundamental que pacientes e familiares estejam cientes sobre os sinais iniciais da síndrome, pois o reconhecimento precoce dos sintomas permite uma intervenção imediata.

O tratamento precoce e a interrupção rápida do agente desencadeante são essenciais para um bom prognóstico e melhoram as chances de uma recuperação completa.

O que é a síndrome de Stevens Johnson?

A Síndrome de Stevens-Johnson é uma reação cutânea rara, grave e potencialmente fatal, caracterizada pela necrose e desprendimento da epiderme, frequentemente desencadeada por certos medicamentos ou infecções.

A condição é considerada uma emergência médica e, quando afeta mais de 30% da superfície corporal, é chamada de Necrólise Epidérmica Tóxica (NET).

A síndrome é classificada como uma reação de hipersensibilidade tipo IV, na qual células T ativadas causam danos aos queratinócitos, levando à morte celular e à inflamação extensiva da pele e das mucosas.

A mortalidade associada à condição pode variar de acordo com a extensão das lesões e a idade do paciente.

Esse artigo destaca a necessidade de intervenção rápida com a suspensão dos medicamentos suspeitos e cuidados intensivos para prevenir complicações graves.

Quais são os sintomas dessa condição?

A Síndrome de Stevens-Johnson e a Necrólise Epidérmica Tóxica apresentam sintomas iniciais como febre, mal-estar, dor de garganta, tosse e sintomas gripais.

A seguir, surgem erupções cutâneas que começam como manchas vermelhas ou arroxeadas, muitas vezes dolorosas.

Elas se espalham rapidamente e evoluem para bolhas e necrose da pele.

A pele afetada pode se soltar em grandes áreas, o que causa dor intensa e deixa áreas expostas suscetíveis a infecções.

Além da pele, a condição frequentemente compromete as mucosas em 90% dos casos, afetando boca, olhos e região genital, resultando em úlceras dolorosas, conjuntivite, dificuldade para engolir e outras complicações.

Em casos graves, a síndrome pode levar a desidratação severa, distúrbios eletrolíticos, falência de múltiplos órgãos e até a morte.

Quanto tempo duram os sintomas?

Os sintomas da Síndrome de Stevens-Johnson podem variar em duração dependendo da gravidade e da resposta ao tratamento.

Em geral, a fase aguda da doença, em que ocorrem febre, lesões na pele e nas mucosas, pode durar de uma a três semanas.

Durante esse período, a pele afetada tende a começar a reepitelizar, processo que pode levar de duas a três semanas adicionais.

A recuperação total da pele e das mucosas pode levar semanas ou meses, especialmente em casos graves com grandes áreas de descolamento.

Além disso, algumas complicações, como alterações oculares ou cicatrizes, podem persistir por longos períodos e exigir acompanhamento médico contínuo.

Quais são as principais causas dessa condição? Qual a relação entre a síndrome e o tratamento de transtornos mentais?

Inicialmente, é importante ressaltar que não apenas os medicamentos para transtornos mentais podem causar a Síndrome de Stevens-Johnson, apesar de alguns serem grandes responsáveis pelo problema.

Assim, temos algumas causas para Síndrome, a saber:

Reações a medicamentos 

Antibióticos (especialmente sulfonamidas), anticonvulsivantes, anti-inflamatórios não esteroides (como o ibuprofeno) e medicamentos para o tratamento da gota (como o alopurinol) são comumente associados ao desenvolvimento desta  condição.

Infecções virais e bacterianas 

Certas infecções, como herpes simples, HIV, hepatite, pneumonia e micoses, também podem ser fatores desencadeantes.

Predisposição genética

Pessoas com determinadas variações genéticas têm maior risco de desenvolver SSJ, especialmente ao usar medicamentos específicos.

Sistema imunológico comprometido 

Pessoas com alterações no sistema imunológico, como pacientes com HIV/AIDS ou câncer, têm maior risco de desenvolver essa síndrome.

No que se refere à relação da Síndrome de Stevens-Johnson e o tratamento para transtornos mentais, geralmente, ela é desencadeada por medicamentos usados no tratamento de epilepsia e transtornos de humor.

Dentre esses, a lamotrigina, um anticonvulsivante também prescrito para estabilização de humor, está associada a um risco elevado de causar a síndrome, especialmente quando administrada junto com o valproato, que aumenta seus níveis no organismo, intensificando o potencial de reação adversa.

Ainda de acordo com esse estudo, outros fatores que elevam o risco da Síndrome ao utilizar a lamotrigina incluem o aumento rápido da dose, sem a titulação gradual recomendada, e a predisposição genética.

Pessoas que já apresentaram alergia a anticonvulsivantes também apresentam maior vulnerabilidade a essa reação.

Considerando essa relação entre medicamentos psiquiátricos e a síndrome, ressaltamos a importância de uma cuidadosa monitorização dos pacientes no início do tratamento, com ajustes graduais nas dosagens para minimizar o risco de reação.

Como realizamos o diagnóstico da síndrome?

O diagnóstico da Síndrome de Stevens-Johnson é clínico e depende da observação cuidadosa dos sintomas e do histórico médico do paciente, especialmente se houver exposição recente a medicamentos ou infecções.

Além do exame clínico, podemos realizar uma biópsia que, geralmente, mostra necrose epidérmica e infiltração por células inflamatórias.

Ademais, podemos usar testes laboratoriais adicionais para avaliar o estado geral do paciente, incluindo eletrólitos e marcadores de função renal e hepática, pois a síndrome pode causar desequilíbrios metabólicos e insuficiência de múltiplos órgãos.

Por fim, podemos indicar outros exames, como culturas e testes sorológicos, para excluir infecções concomitantes.

Quais são as opções de tratamento para a Síndrome de Stevens Johnson?

O tratamento da Síndrome de Stevens-Johnson requer intervenção médica imediata, uma vez que a condição pode evoluir rapidamente para complicações graves.

Esse artigo enfatiza a importância de uma abordagem cuidadosa, por vezes em ambiente de cuidados intensivos, que contemple os múltiplos aspectos desta síndrome.

O primeiro passo essencial é a interrupção imediata do agente causador, seja um medicamento ou outra substância desencadeante.

A partir daí, administramos cuidados intensivos, incluindo tratamento das feridas e manejo da dor, para minimizar os sintomas e favorecer a recuperação.

A nutrição adequada e a prevenção de infecções secundárias também são partes essenciais do tratamento, ajudando a melhorar a qualidade de vida e acelerar a recuperação do paciente.

Além disso, podemos considerar o uso de medicamentos imunossupressores, como corticosteroides e imunoglobulinas intravenosas, para controlar a resposta inflamatória excessiva.

Por fim, o acompanhamento contínuo com o oftalmologista e o dermatologista é igualmente importante, já que o comprometimento das mucosas e das conjuntivas oculares é frequente e pode causar complicações a longo prazo.

Vale lembrar que os primeiros sinais da síndrome incluem febre, feridas na boca, ínguas e lesões que se espalham rapidamente pela pele.

Portanto, se esses sintomas surgirem, é fundamental interromper imediatamente o uso da medicação suspeita e procurar assistência médica.

No Centro Afeto, contamos com uma equipe especializada em saúde mental e alergias, pronta para oferecer todo o suporte necessário em casos como esse.

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