Transtorno obsessivo compulsivo (TOC): existe tratamento para esta condição!

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Em busca de tratamento para o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)?

Nessa condição, é comum que pensamentos indesejados invadam a mente e, por mais que a pessoa tente afastá-los, eles persistem.

Esses sintomas podem interferir nas atividades diárias e nas relações pessoais e profissionais, levando muitos a se perguntarem se existe alívio para essa condição.

Felizmente, com os avanços nos estudos relacionados à saúde mental, hoje existem tratamentos eficazes que ajudam a controlar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes com TOC.

Acompanhe neste artigo!

O que é o transtorno obsessivo compulsivo (TOC)?

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um distúrbio de saúde mental caracterizado pela presença de obsessões, compulsões ou ambos.

Afeta cerca de 1% a 2% da população mundial e é ligeiramente mais comum em mulheres do que em homens.

Esses comportamentos podem incluir ações como lavar as mãos excessivamente, verificar portas ou eletrodomésticos repetidamente, ou contar objetos de maneira específica.

Na grande parte dos casos, esses pensamentos e comportamentos obsessivo-compulsivos estão associados a preocupações com danos ou riscos. Ou seja, caso eu não tenha determinada ação, algo ruim pode ocorrer.

É importante diferenciarmos o TOC de outros transtornos.

O TOC não envolve perda de contato com a realidade, característica dos transtornos psicóticos, embora em alguns casos graves a percepção possa estar prejudicada.

Além disso, o TOC não deve ser confundido com o transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC), que é mais relacionado a características de personalidade, como perfeccionismo e rigidez, sem a presença de obsessões e compulsões intrusivas.

Quais são os sintomas dessa condição?

Os sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) envolvem dois componentes principais: obsessões e compulsões.

As obsessões são pensamentos, imagens ou impulsos indesejáveis e recorrentes que provocam ansiedade e desconforto significativos.

Por outro lado, as compulsões são ações ou rituais repetitivos que a pessoa se sente compelida a realizar para reduzir a ansiedade causada pelas obsessões.

Confira abaixo os principais sinais associados a essa condição:

Obsessões:

  • Pensamentos intrusivos sobre contaminação (por exemplo, medo excessivo de germes);
  • Dúvidas persistentes, como preocupação excessiva sobre esquecer portas destrancadas ou aparelhos ligados;
  • Necessidade de simetria e ordem, com pensamentos repetitivos sobre organização específica de objetos.
  • Medos ou imagens perturbadoras de causar dano a si mesmo ou a outras pessoas.

Compulsões:

  • Lavagem das mãos ou limpeza excessiva para reduzir o medo de contaminação;
  • Verificações repetitivas de portas, eletrodomésticos ou documentos para aliviar a ansiedade de possíveis erros ou esquecimentos;
  • Contagem repetitiva ou realização de rituais específicos, como organizar objetos de uma maneira muito particular;
  • Repetição de palavras, frases ou orações para afastar pensamentos indesejados.

Os  pacientes com TOC podem gastar horas diariamente envolvidas em pensamentos e rituais obsessivo-compulsivos. 

Esses comportamentos podem causar grande angústia e interferir tanto na funcionalidade que algumas chegam a se sentir incapacitadas.

Devido ao fato da maioria das pessoas com TOC estarem cientes de que esses pensamentos não representam riscos reais e que os comportamentos compulsivos são excessivos, muitos realizam seus rituais em segredo.

Além disso, é comum que pessoas com TOC também apresentem outros transtornos mentais. 

Aproximadamente 76% têm um diagnóstico de ansiedade e 41% enfrentam transtorno depressivo maior ao longo da vida.

Outros dados relevantes é que cerca de 35% a 50% das pessoas com TOC apresentam pensamentos suicidas, e entre 10% e 15% já tentaram suicídio.

Quais são as causas do Transtorno Obsessivo compulsivo?

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição multifatorial, cujas causas envolvem uma interação entre fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais.

Estudos indicam uma forte predisposição genética para o desenvolvimento do TOC, já que familiares de primeiro grau de pessoas com o transtorno apresentam uma probabilidade maior de manifestá-lo.

Fatores neurobiológicos também possuem um papel importante, com pesquisas mostrando disfunções no circuito estriato-talâmico-cortical, uma via neural essencial para o controle de pensamentos e comportamentos repetitivos. Essa disfunção parece dificultar a capacidade de filtrar pensamentos intrusivos, que se apresentam como obsessões em indivíduos com TOC.

Além disso, alterações nos níveis de neurotransmissores, especialmente a serotonina, estão associadas ao transtorno. A baixa disponibilidade de serotonina é comum em casos de TOC, razão pela qual medicamentos que aumentam a disponibilidade deste neurotransmissor, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), são amplamente utilizados no tratamento.

Além desses fatores, ressaltamos que eventos ambientais, como traumas e estresse, também podem atuar como gatilhos para o TOC em indivíduos predispostos.

Como diagnosticamos o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)?

Essa revisão mostra que o diagnóstico do TOC é desafiador, especialmente pela sobreposição com outros transtornos mentais, como ansiedade e depressão, o que leva a diagnósticos tardios.

Essa similaridade, muitas vezes, leva a diagnósticos tardios e, consequentemente, ao agravamento dos sintomas e à cronificação da condição.

Assim, o TOC requer uma avaliação criteriosa. Para diagnosticá-lo, utilizamos critérios específicos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que o identifica pela presença de obsessões, compulsões ou ambas.

Além dos critérios diagnósticos formais, o diagnóstico envolve um histórico detalhado e uma entrevista clínica abrangente para diferenciar o TOC de outros transtornos.

Métodos complementares, como escalas específicas para sintomas obsessivo-compulsivos (por exemplo, a Escala Yale-Brown de Obsessões e Compulsões, Y-BOCS), auxiliam na mensuração da gravidade dos sintomas.

A Y-BOCS é amplamente utilizada para identificar os níveis de sofrimento e interferência das obsessões e compulsões na vida do paciente.

Quais são as melhores opções de tratamento para o TOC?

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo pode ser tratado por meio de intervenções psicoterapêuticas e farmacológicas.

Devemos considerar a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) como uma intervenção de primeira linha.

Essa revisão demonstra a eficácia da TCC, mesmo quando aplicada de forma on-line, na redução dos sintomas obsessivo-compulsivos.

Dentre as abordagens específicas da TCC, destacamos a Terapia de Exposição e Prevenção de Resposta (EPR), que expõe gradualmente o paciente a situações que desencadeiam obsessões, impedindo que ele realize as compulsões associadas.

Essa técnica vem sendo reforçada por estudos recentes como eficaz no alívio da ansiedade e na redução dos comportamentos compulsivos.

Já no campo farmacológico, podemos utilizar os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina.

Assim, a combinação de TCC com tratamento farmacológico se destaca como uma abordagem bastante eficaz, particularmente para casos de TOC moderados a graves.

Reforçamos que é essencial individualizar o tratamento do TOC, levando em consideração fatores como a gravidade dos sintomas, preferências pessoais e presença de outras condições de saúde mental.

Portanto, caso você ou alguém próximo apresente sinais relacionados ao TOC, agende uma consulta com os especialistas em saúde mental do Centro Afeto o quanto antes!

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