Medicamento para dermatite atópica: o que há de novo?

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A dermatite atópica é uma condição crônica de pele que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, causando coceira intensa, inflamação e lesões na pele.

Embora o tratamento dessa condição tenha evoluído ao longo dos anos, muitos pacientes ainda enfrentam desafios para controlar os sintomas de forma eficaz.

Felizmente, novas opções terapêuticas têm surgido, trazendo avanços importantes para o tratamento dessa condição, especialmente para casos moderados a graves.

Neste artigo, vamos explorar os novos medicamentos aprovados e o impacto que eles têm no manejo da dermatite atópica, além de como podem beneficiar aqueles que buscam um tratamento mais eficaz e personalizado.

Acompanhe neste artigo!

O que é a dermatite atópica?

A Dermatite Atópica (DA) é uma doença de pele crônica, inflamatória, recorrente e caracterizada por coceira intensa. 

Embora seja mais comum em crianças, com início precoce, também pode atingir adultos, que correspondem a cerca de um terço dos novos casos diagnosticados.

Ela se caracteriza por episódios de inflamação, vermelhidão, coceira intensa e pele seca.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 15% a 25% das crianças e 7% dos adultos são afetados pela dermatite atópica.

É importante saber que, embora essa seja uma condição crônica, com manejo adequado, a dermatite atópica pode ser controlada e os sintomas podem ser aliviados, permitindo uma boa qualidade de vida para os pacientes.

Quais são as causas da dermatite atópica?

A dermatite atópica tem uma forte associação com a predisposição genética, especialmente em indivíduos com histórico familiar de doenças alérgicas, como asma e rinite.

Quando os pais ou familiares próximos têm essas condições, o risco de uma criança desenvolver dermatite atópica aumenta consideravelmente.

Essa predisposição genética ocorre devido à interação de múltiplos genes envolvidos na regulação da função da barreira cutânea e da resposta imunológica, o que torna a pele mais suscetível a inflamações e reações alérgicas​

Além disso, fatores ambientais, como exposição a alérgenos (poeira, ácaros, pelo de animais) ou irritantes, podem desencadear ou agravar os sintomas.

O sistema imunológico dos indivíduos com dermatite atópica responde de forma exagerada a essas substâncias, resultando em inflamação e coceira​

Esse artigo ainda lembra que o desequilíbrio na função da barreira cutânea também é um fator importante, já que a pele se torna mais permeável, facilitando a penetração de alérgenos e micro-organismos​.

Além disso, estudos indicam que a presença de fatores psicossociais, como o estresse, também pode agravar a condição, com muitos pacientes relatando piora dos sintomas em momentos de pressão emocional​

Dessa forma, reforçamos que a dermatite atópica não é apenas uma questão de predisposição genética, mas envolve um complexo jogo entre o sistema imunológico, a função da pele e os estímulos do ambiente.

Quais são os sintomas dessa condição?

Os sintomas da dermatite atópica incluem:

  • Coceira intensa: a coceira é um dos sintomas mais comuns, podendo ser severa, principalmente à noite​;
  • Vermelhidão e inflamação: a pele fica avermelhada e inflamada, geralmente nas áreas de dobras, como cotovelos, joelhos e pescoço​;
  • Pele seca e escamosa: a pele tende a ficar ressecada e pode apresentar escamas, tornando-se áspera ao toque​;
  • Lesões e crostas: as áreas afetadas podem desenvolver pequenas bolhas ou crostas devido à inflamação constante​;
  • Infecções secundárias: devido ao ato de coçar, a pele pode ser danificada, aumentando o risco de infecções bacterianas​.

Lembramos que esses sintomas variam em intensidade e podem piorar em momentos de estresse, mudanças climáticas ou exposição a alérgenos.

A gravidade da dermatite atópica varia de leve, moderada a grave, com os seguintes sintomas, segundo o ministério da saúde:

Leve 

Áreas com xerose, prurido infrequente (com ou sem áreas inflamadas). Pequeno impacto na qualidade de vida. 

Moderada 

Áreas com xerose, prurido frequente associado à inflamação (com ou sem sinais de escoriação e áreas localizadas de espessamento da pele. Moderado impacto nas atividades diárias e psicossociais, distúrbios do sono frequentes. 

Grave 

Xerose difusa, prurido constante e associado à inflamação (com ou sem sinais de escoriação, pele espessada com sangramento, liquenificação e alterações da pigmentação). 

Limitação das atividades diárias e psicossociais, noites de sono perdidas.

Como realizamos o diagnóstico da dermatite atópica?

O diagnóstico da dermatite atópica é predominantemente clínico, baseado na história clínica e na observação das características das lesões.

Para confirmar o diagnóstico, geralmente consideramos fatores como o histórico de evolução da condição, os padrões das lesões na pele e a presença de sintomas característicos, como prurido intenso e pele seca.

Em casos suspeitos, exames complementares podem ser úteis, como a dosagem de IgE sérico, que tende a estar elevado na maioria dos pacientes com dermatite atópica.

Além disso, a análise histopatológica também pode ajudar a identificar a condição, especialmente ao examinar as lesões em diferentes estágios (agudo ou crônico)​.

Esses critérios clínicos são frequentemente baseados em diretrizes como as da Academia Americana de Dermatologia.

Por fim, temos que levar em consideração no diagnóstico leve a possibilidade de outras condições dermatológicas, como eczema de contato ou psoríase, para garantir um tratamento adequado.

Medicamento para dermatite atópica: o que há de novo?

Tradicionalmente, o tratamento dessa condição ocorre a partir do uso de cremes tópicos com corticosteroides, que ajudam a reduzir a inflamação e a coceira.

Inibidores de calcineurina também podem ser utilizados como alternativas aos corticosteroides, especialmente em áreas sensíveis da pele.

No entanto, em muitos casos, especialmente nos quadros moderados e graves, os medicamentos padrão não apresentam os resultados esperados, deixando os pacientes sem o alívio necessário. 

Por isso, a busca por novos tratamentos e medicamentos mais eficazes tem se tornado essencial, com o objetivo de atender às demandas de quem sofre com a doença de forma mais ampla e eficaz.

Assim, além dos tratamentos tópicos tradicionais, como cremes hidratantes e corticosteroides, novos medicamentos estão sendo aprovados para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O Cibinqo® (abrocitinibe) é uma opção inovadora, um inibidor que age diretamente no processo inflamatório da dermatite atópica.

Este medicamento, aprovado pela Anvisa em 2023, é um inibidor seletivo da Janus Quinase 1 (JAK1), que tem demonstrado um bom desempenho no controle da dermatite atópica.

Ele é indicado para pacientes com dermatite atópica moderada a grave e é administrado oralmente, com doses que variam de 100 mg a 200 mg por dia, dependendo do risco do paciente.

Cibinqo® tem sido eficaz no alívio rápido da coceira e na melhoria das lesões, com início de efeitos em um único dia de uso.

Outro avanço importante no tratamento da dermatite atópica é o Lebriquizumabe, uma injeção mensal autorizada pela Anvisa em outubro de 2024.

Este medicamento age bloqueando a interleucina-13 (IL-13), uma proteína chave envolvida na inflamação associada à dermatite atópica.

O lebriquizumabe tem mostrado resultados positivos, principalmente para pacientes que não respondem bem aos tratamentos convencionais.

Ele ajuda a reduzir a inflamação, aliviando a coceira e promovendo a cura das lesões da pele, oferecendo uma alternativa eficaz e com menos efeitos colaterais em comparação com outras terapias sistêmicas​

Além disso, injeções mensais de medicamentos biológicos, como Dupixent® (dupilumabe), também têm mostrado bons resultados, especialmente no controle de sintomas graves​.

Muitas vezes, a dermatite atópica é uma condição que vai além dos sintomas físicos, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. 

Além disso, o tratamento dessa doença apresenta desafios importantes, como a variabilidade das respostas aos medicamentos e a necessidade de personalizar as abordagens terapêuticas. 

Por isso, estar atento às novas possibilidades é fundamental para oferecer o melhor cuidado a cada paciente.

Além do medicamento para dermatite atópica, quais cuidados são necessários no dia a dia?

Confira abaixo alguns cuidados importantes que pacientes com dermatite atópica devem ter no dia a dia para controlar a condição e melhorar a qualidade de vida:

Hidratação constante da pele

A pele seca agrava os sintomas, então é essencial usar hidratantes diariamente.

Prefira produtos com base oleosa ou espessa, como pomadas e cremes, para ajudar a manter a umidade da pele e fortalecer a barreira cutânea​

Evitar irritantes e gatilhos

Identifique substâncias que possam agravar a dermatite, como sabões fortes, detergentes e tecidos irritantes.

Procure optar por produtos de limpeza suaves e evitar roupas de lã pode ajudar a reduzir os surtos​

Banhos curtos e mornos

Evite banhos longos ou com água quente, pois esses podem ressecar ainda mais a pele.

Prefira banhos rápidos com água morna e use sabonetes neutros, não agressivos​

Escolha de roupas apropriadas

Roupas de algodão e tecidos naturais são mais adequados para quem tem dermatite atópica.

Evite materiais sintéticos ou roupas apertadas, que podem causar atrito e irritação na pele​

Evitar coçar

A coceira é um dos principais sintomas, mas coçar pode piorar a inflamação e gerar lesões.

Use os medicamentos prescritos para controlar a coceira e a inflamação​

Ambiente controlado

Manter o ambiente úmido pode ser benéfico, especialmente em climas secos.

Um umidificador pode ajudar a evitar o ressecamento da pele​

Gestão do estresse

Como vimos, o estresse é um fator desencadeante comum para surtos de dermatite atópica.

Nesse sentido, técnicas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou yoga, podem ser úteis para controlar os sintomas​

Além desses cuidados, reforçamos que é importante contar com o acompanhamento do especialista para monitorar a condição e ajustar os tratamentos conforme necessário.

A dermatite atópica exige cuidados constantes e acompanhamento médico especializado para manter os sintomas sob controle e melhorar a qualidade de vida.

No Centro Afeto, você conta com alergistas qualificados para ajudar no diagnóstico e tratamento da dermatite atópica, oferecendo cuidados personalizados para cada paciente.

Agende sua consulta conosco e receba o suporte necessário para controlar sua condição e viver com mais conforto.

Estamos à disposição para ajudar!

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