Crise de pânico: aprenda a identificar os sinais e saiba como superar

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As crises de pânico são episódios súbitos de medo intenso e desconforto, que podem causar uma série de sintomas físicos e emocionais, como palpitações, falta de ar, tontura, entre outros.

Muitas vezes, esses episódios surgem sem uma causa aparente, deixando a pessoa desorientada e assustada.

Dessa forma, entender os sinais e saber como lidar com essas crises é fundamental para quem enfrenta o transtorno de pânico.

Neste artigo, vamos mostrar como você pode reconhecer os principais sinais de uma crise de pânico e ensinar estratégias para superar esses momentos de angústia.

Acompanhe!

O que é uma crise de pânico? Qual a diferença do transtorno de pânico?

Uma crise de pânico é um episódio súbito de medo intenso que provoca uma série de reações físicas e emocionais.

Diferente do que muitos acreditam, uma crise de pânico não está diretamente ligada ao medo extremo de uma situação específica.

Esses eventos são mais uma resposta fisiológica do corpo do que uma reação ao que desencadeou o episódio em si.

As crises podem se manifestar a partir dos 15 anos, sendo mais frequentes entre os 25 e 40 anos.

Embora menos comuns, também podem ocorrer em crianças.

A extensão das crises varia, podendo durar poucos minutos ou até horas. Em geral, as crises de pânico atingem um pico de intensidade em até 10 minutos e, depois disso, começam a remitir gradualmente. 

Esses episódios podem ocorrer em qualquer lugar e momento, por exemplo, enquanto a pessoa está caminhando, dirigindo ou até segura em casa.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – 5ª Edição (DSM-5-TR), os ataques de pânico são relativamente comuns, atingindo até 11% da população mundial ao longo de um ano.

Pode ocorrer do indivíduo se recuperar sem intervenção, mas alguns acabam desenvolvendo transtorno de pânico.

O transtorno de pânico consiste na ocorrência repetida de ataques de pânico, geralmente acompanhada por um temor em relação a novos episódios ou por alterações no comportamento para evitar situações que possam desencadear os ataques.

Afeta entre 2% e 3% da população mundial e, geralmente, surge no final da adolescência ou início da vida adulta, sendo cerca de duas vezes mais frequente em mulheres do que em homens.

Quais são as principais causas de uma crise de pânico?

As causas de uma crise de pânico ainda não são completamente claras, mas diversos fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.

Alguns dos principais incluem:

  • Predisposição genética: pessoas com histórico familiar de transtorno do pânico têm maior probabilidade de desenvolver crises​;
  • Estresse intenso: situações de estresse extremo, como problemas familiares, profissionais ou financeiros, podem desencadear crises de pânico​;
  • Experiências traumáticas: eventos traumáticos, como acidentes, assaltos, ou abusos na infância, podem ser gatilhos para crises​;
  • Alterações químicas no cérebro: desequilíbrios nos neurotransmissores, substâncias que regulam o humor e as respostas emocionais, estão associados ao transtorno do pânico​;
  • Uso de substâncias: consumo de álcool, cafeína, drogas ilícitas ou certos medicamentos podem desencadear ou piorar crises de pânico;
  • Outros transtornos psiquiátricos: o transtorno de pânico frequentemente ocorre em conjunto com pelo menos uma outra condição psiquiátrica, como transtornos de ansiedade, depressão maior, transtorno bipolar e transtorno leve por uso de álcool. 

Quais são os principais sintomas dessa condição?

Os principais sintomas de uma crise de pânico incluem uma combinação de sinais físicos e emocionais, que geralmente aparecem de forma súbita e intensa.

Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • Palpitações ou aumento da frequência cardíaca;
  • Transpiração excessiva, mesmo em ambientes frios​;
  • Sensação de tremor no corpo, que pode ser visível ou interno​;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento;
  • Dor ou pressão no peito, que pode ser confundida com sintomas de infarto​;
  • Tontura ou sensação de desmaio​;
  • Medo intenso de morrer ou de perder o controle​;
  • Ondas de calor ou calafrios​;
  • Formigamento ou dormência em diferentes partes do corpo, como mãos e pés​;
  • Sensação de desconexão de si mesmo ou do mundo ao redor​.

O que fazer em caso de uma crise de pânico?

Um estudo publicado na Current Psychology avaliou que alguns fatores podem ajudar a controlar uma crise de pânico, como a inteligência emocional e o uso adequado  de estratégias de enfrentamento e regulação emocional.

Assim, algumas ações que poderão ajudar a aliviar os sintomas e acalmar o corpo são:

Respire devagar e profundamente

Concentre-se na respiração, inspirando lentamente pelo nariz por quatro segundos, segurando o ar por quatro segundos e expirando pela boca por outros quatro segundos.

Isso ajuda a combater a hiperventilação e a acalmar o sistema nervoso​.

Foque no presente

Tente ancorar-se ao momento presente olhando ao seu redor, identificando objetos, cheiros ou sons.

Isso pode ajudar a afastar a mente dos sintomas e diminuir a sensação de descontrole​.

Lembre-se de que é temporário

Lembrar que a crise vai passar e que os sintomas são o resultado de uma reação de pânico, e não algo perigoso como um ataque cardíaco, pode ajudar a reduzir o medo​.

Use técnicas de relaxamento

Praticar técnicas de relaxamento, como a visualização de um lugar calmo ou o relaxamento muscular progressivo pode auxiliar no controle dos sintomas​.

Evite fugir ou se isolar

Permanecer no local onde a crise ocorreu pode ajudar o corpo a entender que o ambiente é seguro, reduzindo o medo de que novas crises ocorram ali​.

Peça ajuda

Se possível, converse com alguém de confiança que possa ajudar a guiá-lo através dos passos de respiração e mantê-lo calmo​.

Como é feito o diagnóstico do paciente?

O diagnóstico após uma crise de pânico é feito com base nos sintomas apresentados e em uma avaliação clínica.

Para que uma crise de pânico seja diagnosticada, bem como suas condições associadas, utilizamos os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) que exigem que a pessoa tenha ao menos quatro dos sintomas relacionados a uma crise de pânico:

  • Palpitações, taquicardia ou coração acelerado;
  • Sudorese;
  • Tremores ou abalos;
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento;
  • Dor ou desconforto torácico;
  • Náusea ou desconforto abdominal;
  • Sensação de tontura, vertigem ou desmaio;
  • Calafrios ou ondas de calor;
  • Sensações de formigamento;
  • Medo de perder o controle ou de morrer.

Além disso, é importante realizarmos exames físicos e laboratoriais para descartar outras condições médicas que possam estar causando os sintomas, como problemas cardíacos, tireoidianos ou hipoglicemia​.

Por fim, podemos ainda realizar uma avaliação psicológica para compreender os fatores de risco ou gatilhos emocionais que possam estar contribuindo para os episódios​.

Como realizamos o tratamento dessa condição?

Durante uma crise de pânico, o foco é acalmar a pessoa e aliviar os sintomas imediatos. Em alguns casos, medicações como os benzodiazepínicos podem ser tentadas para remitir com mais rapidez os sintomas durante um episódio. 

Para aqueles que se enquadram no quadro mais crônico – o transtorno de pânico – outras abordagens precisam ser incluídas no tratamento. 

Nesses casos, psicoterapia, em especial a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e o uso de medicamento são ferramentas poderosas. Medicações com função antidepressiva são as mais usadas nessas situações. 

Na psicoterapia, o psicólogo auxilia o paciente a identificar e modificar os pensamentos catastróficos e comportamentos que alimentam o ciclo das crises.

Lembramos que, sem tratamento adequado, o quadro pode evoluir para uma condição crônica, afetando a vida pessoal, profissional e social do paciente.

Portanto, caso você ou alguém que conheça esteja enfrentando crises de pânico, é importante procurar ajuda especializada, pois a abordagem adequada pode melhorar muito a qualidade de vida​.

No Centro Afeto contamos com uma equipe de especialistas em saúde mental, pronta para realizar um acompanhamento personalizado.

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