Dosagem vitamina D: você sabe como definir a medida correta?
A vitamina D é essencial na manutenção da saúde óssea, na função muscular e no bem-estar mental.
Sua deficiência está relacionada a condições como fraqueza muscular, osteoporose e transtornos de humor, especialmente em grupos vulneráveis, como idosos, gestantes e pessoas com baixa exposição solar.
Entretanto, o excesso dessa vitamina pode ser tão prejudicial quanto sua falta, elevando o risco de hipercalcemia, uma condição caracterizada pelo excesso de cálcio no sangue, que pode causar sérios problemas à saúde.
Por isso, garantir o equilíbrio adequado dos níveis de vitamina D no organismo é essencial.
Entenda melhor neste artigo!
O que é a vitamina D e para que serve?
A vitamina D é um nutriente essencial que atua na regulação da absorção de cálcio e fósforo no organismo, elementos fundamentais para a formação e manutenção da saúde óssea.
Sua deficiência pode levar a condições como osteoporose, raquitismo e osteomalácia.
Além do suporte esquelético, a vitamina D exerce um importante papel imunomodulador, contribuindo para a defesa do organismo contra infecções e ajudando a reduzir processos inflamatórios.
Outra contribuição desta vitamina está relacionada à nossa saúde cardiovascular. Essa revisão analisou a eficácia da suplementação de vitamina D na redução de riscos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2.
Ela destaca a função reguladora da vitamina na saúde metabólica.
A vitamina D também desempenha um papel importante na saúde mental, sendo objeto de diversos estudos que investigam sua relação com transtornos como depressão, ansiedade, e até o desempenho cognitivo.
Relação da vitamina D com a saúde mental
Embora mais pesquisas sejam necessárias para compreender completamente o impacto da vitamina D na saúde mental, evidências apontam que a deficiência dessa vitamina pode aumentar o risco de distúrbios mentais, como depressão e ansiedade.
Por isso, manter níveis adequados de vitamina D, seja por meio de exposição solar, dieta ou suplementação, pode ter benefícios para o bem-estar psicológico e a saúde mental.
Para se ter uma ideia, este artigo revisa a relação entre deficiências de nutrientes e o risco de depressão.
Ele destaca como a falta de proteínas, vitaminas do complexo B, vitamina D, magnésio, zinco e outros nutrientes essenciais pode impactar a saúde mental.
Embora a nutrição tenha um papel importante, a revisão ressalta que outros fatores, como atividade física, sono e suporte social, também influenciam o risco de depressão.
Uma pesquisa que aborda a suplementação de vitamina D em adultos saudáveis aponta que ela deve ser combinada com atividade física para obter resultados eficazes e que é menos eficaz do que a obtenção de vitamina D por meio de fontes alimentares.
Outro estudo avaliou a relação entre a vitamina D e a saúde mental de crianças e adolescentes e apontou que a substância possui papel importante no controle de transtornos mentais nesta população, apesar de mais estudos sobre a suplementação serem necessários.
Também existem pesquisas sobre o papel da suplementação da vitamina D no manejo da ansiedade e depressão que apontam uma redução dos sintomas em pacientes suplementados, particularmente nos indivíduos com diagnóstico de Transtorno de Depressão Maior.
Dosagem vitamina D: como obter naturalmente?
Para obter a dose diária recomendada de vitamina D de forma natural, a exposição ao sol é a principal fonte.
Cerca de 10 a 30 minutos diários de exposição direta ao sol, principalmente nos braços e pernas, podem ser suficientes para pessoas de pele clara.
Porém, pessoas com pele mais escura podem precisar de mais tempo.
Além da exposição solar, é possível obter vitamina D por meio de alimentos.
Entre as fontes naturais estão peixes gordurosos, como salmão, atum e sardinha, além de fígado de boi, gema de ovo e óleo de fígado de bacalhau.
Alguns alimentos industrializados também são enriquecidos com vitamina D, como certos tipos de leite, cereais e sucos
Por fim, em situações onde a exposição ao sol ou a dieta não são suficientes, como em climas mais frios ou em pessoas com maior risco de deficiência (idosos, gestantes ou indivíduos com pele escura), podemos recomendar a suplementação de vitamina D para garantir níveis adequados.
Quais são os valores normais para os níveis de vitamina D no sangue?
Os níveis normais de vitamina D são medidos, principalmente, pela concentração de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] no sangue.
De acordo com a literatura científica e recomendações clínicas atuais são:
- Valores considerados normais ou suficientes: acima de 20 ng/mL (50 nmol/L) para a população geral saudável;
- Valores recomendados para grupos de risco (como idosos, gestantes, pacientes com osteoporose, doenças autoimunes ou crônicas): entre 30 a 60 ng/mL (75 a 150 nmol/L);
- Deficiência: níveis abaixo de 20 ng/mL são considerados insuficientes.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia sugere que níveis superiores a 30 ng/mL maximizam a saúde óssea e muscular, enquanto valores abaixo de 20 ng/mL são classificados como deficiência, aumentando o risco de doenças ósseas e problemas metabólicos;
- Toxicidade: níveis acima de 100 ng/mL (250 nmol/L) indicam risco de intoxicação, que pode causar hipercalcemia e complicações relacionadas
É importante citar que esses valores são orientativos e podem variar ligeiramente entre diferentes sociedades médicas, devido a variações individuais e métodos laboratoriais.
Portanto, é essencial que a avaliação seja feita pelo endocrinologista, considerando também o contexto clínico de cada paciente.
Quando é preciso suplementar a vitamina D?
Recentemente, a Endocrine Society lançou novas diretrizes para a prática clínica com a vitamina D, o que gerou bastante polêmica no meio médico.
De acordo com essa diretriz, em adultos saudáveis com menos de 75 anos, a ingestão diária recomendada por meio da dieta e exposição solar é considerada suficiente, não sendo necessária nenhuma suplementação extra.
Porém, certas populações podem se beneficiar de doses suplementares mais elevadas devido a necessidades específicas e maior vulnerabilidade
Entre os grupos para os quais a suplementação é indicada estão crianças e adolescentes com até 18 anos, para prevenir o raquitismo e reduzir o risco de infecções respiratórias.
Idosos com 75 anos ou mais também podem se beneficiar, uma vez que a suplementação tem sido associada à redução da mortalidade nessa faixa etária.
Gestantes também devem receber atenção especial, pois a vitamina D pode ajudar a prevenir complicações durante a gravidez.
Além disso, pacientes com pré-diabetes podem ser orientados a suplementar, com o objetivo de reduzir o risco de progressão para diabetes
No entanto, as diretrizes afirmaram que, devido à insuficiência de evidências, não foi possível determinar pontos de corte específicos para os níveis plasmáticos da vitamina D que sejam adequados ou que sirvam como meta para a prevenção de doenças.
Considerando os inúmeros estudos lançados nos últimos anos que associam a suplementação a diversos benefícios, essas novas recomendações foram bastante questionadas.
Assim, reforçamos a importância de contar com um profissional de confiança para a suplementação de vitamina D, que irá avaliar individualmente cada caso, evitando o risco de superdosagem e garantindo o equilíbrio necessário para a saúde.
Dosagem vitamina D: como saber se eu os meus níveis estão adequados?
Saber se os seus níveis de vitamina D estão adequados requer um monitoramento cuidadoso, feito por meio de exames de sangue.
Esse exame avalia a concentração de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D], a forma mais precisa para indicar os níveis da vitamina no organismo.
A personalização da suplementação é fundamental, considerando fatores como idade, estilo de vida e condições de saúde específicas.
Assim, o acompanhamento com o endocrinologista é essencial para interpretar corretamente os resultados e orientar sobre a necessidade de suplementação.
Lembrando que o excesso de vitamina D pode ser tão prejudicial quanto sua falta, causando hipercalcemia e outros problemas de saúde, ou seja, a suplementação por conta própria é desaconselhada.
Portanto, para garantir um tratamento adequado, marque uma consulta com os especialistas do Centro Afeto, onde uma equipe multidisciplinar poderá acompanhar o seu caso de forma integrada e segura!