Como entender os reais motivos da irritabilidade excessiva?
A irritabilidade é uma emoção comum que todos nós experimentamos em diferentes momentos da vida.
Seja causada por um dia estressante, falta de sono ou pequenos aborrecimentos do dia a dia, a irritabilidade ocasional é normal e geralmente passageira.
Porém, quando essa sensação se torna constante, intensa e difícil de controlar, pode ser um sinal de que algo mais profundo está acontecendo.
A irritabilidade excessiva não só afeta a qualidade de vida pessoal, mas também pode impactar as relações interpessoais e o desempenho profissional.
Portanto, entender a origem da irritabilidade excessiva é essencial para encontrar formas eficazes de lidar com ela e recuperar o equilíbrio emocional.
Acompanhe neste artigo!
O que é a irritabilidade excessiva?
Irritabilidade excessiva é um estado emocional caracterizado por uma baixa tolerância a incômodos, resultando frequentemente em raiva ou frustração.
Essa condição é marcada por mudanças de comportamento, onde a pessoa afetada pode apresentar atitudes desagradáveis e impulsivas.
Nesse sentido, a diminuição do controle sobre impulsos e sentimentos é uma característica central da irritabilidade, tornando-a uma resposta comum a diversos estímulos.
Porém, é importante citar que este fenômeno é altamente subjetivo, variando de pessoa para pessoa, e pode ser manifestado de diferentes formas, dependendo de suas causas subjacentes.
Por exemplo, uma situação estressante no trabalho pode desencadear bastante irritabilidade em muitas pessoas.
Inclusive, de acordo com uma pesquisa, 67% dos trabalhadores no Brasil são negativamente afetados pelo estresse no ambiente de trabalho.
É importante estar ciente que esse percentual é superior à média global, que é de 65%.
Porém, outros indivíduos podem sentir mais incômodo devido a questões pessoais, familiares ou de saúde.
Muitas vezes, pessoas que sofrem de irritabilidade excessiva não reconhecem sua própria condição, o que dificulta a busca por ajuda médica.
Assim, a percepção do problema geralmente ocorre quando as relações interpessoais começam a ser afetadas negativamente, levando a conflitos e dificuldades na convivência diária.
Quais são os principais sintomas associados à irritabilidade excessiva?
Os sintomas associados à irritabilidade excessiva podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns sinais comuns incluem:
- Mudanças significativas de humor;
- Reações exageradas;
- Dificuldade de concentração;
- Impaciência;
- Comportamento agressivo;
- Sentimento de frustração;
- Baixa tolerância ao estresse;
- Dificuldade nas relações interpessoais;
- Sintomas físicos, como dor de cabeça, tensão muscular, ou problemas digestivos;
- Sensação de estar sobrecarregado.
Assim, reforçamos que identificar esses sintomas é fundamental para buscar ajuda e tratamento adequados.
Como realizar o diagnóstico dessa condição?
Quando um paciente que aparentemente possui esta condição chega no consultório, precisaremos fazer uma investigação aprofundada.
Inicialmente, será fundamental distinguir os sintomas entre uma reação passageira a uma frustração específica de um estado persistente de irritabilidade.
Um sinal claro de que a irritabilidade excessiva necessita de atenção é quando ela afeta bastante a vida pessoal, profissional ou social do indivíduo, ou até mesmo coloca sua segurança em risco.
Então, faremos uma série de perguntas e testes para avaliar o quadro do paciente que pode estar associado, por exemplo, a transtornos ansiosos, depressivos ou mistos (ansiosos e depressivos).
Inclusive, dependendo da origem das suspeitas, outros especialistas, como psicólogos e endocrinologistas, podem ser envolvidos para proporcionar um diagnóstico completo.
O envolvimento desses especialistas é particularmente importante pois a irritabilidade pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo desequilíbrios hormonais, problemas de saúde mental e questões físicas.
Quais são as possíveis causas para a irritação excessiva?
A irritabilidade excessiva pode ter diversas causas, que variam de fatores psicológicos e emocionais a condições físicas e ambientais.
Algumas das razões mais comuns incluem:
Estresse e ansiedade
Altos níveis de estresse e ansiedade podem sobrecarregar o sistema nervoso, resultando em uma maior propensão à irritabilidade.
Condições como transtorno bipolar, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), e transtorno de personalidade borderline podem incluir irritabilidade como um sintoma.
Além disso, o transtorno explosivo intermitente (TEI) é caracterizado por comportamentos agressivos com episódios de raiva descontrolada e agressões desproporcionais motivadas por situações cotidianas e também pode desencadear os quadros de irritabilidade.
Em pessoas com esses transtornos citados, muitas das vezes a irritabilidade exacerbada costuma ser o sinal de alarme de que algo não vai bem, pois começa a impactar significativamente na qualidade de vida e na funcionalidade desses indivíduos.
Desequilíbrios hormonais
Flutuações hormonais, como as que ocorrem devido a disfunções no sistema endócrino, durante a gravidez, menopausa, ou ciclos menstruais, podem afetar o humor e aumentar a irritabilidade.
Uso de substâncias
O abuso de álcool, drogas, ou até mesmo a retirada de certas substâncias podem causar irritabilidade.
Problemas de saúde física
Condições crônicas de saúde, dor persistente, ou doenças como a diabetes e problemas de tireoide podem contribuir para o problema.
Fatores ambientais
Um ambiente estressante, seja no trabalho ou em casa, pode aumentar os níveis de irritação.
Eventos traumáticos
Experiências traumáticas ou eventos de vida estressantes, como a perda de um ente querido ou um divórcio, podem desencadear irritabilidade.
Se você quer saber como lidar melhor com o luto, acesse este texto em nosso site.
Depressão ou ansiedade
A irritabilidade pode ser um sintoma também do transtorno de ansiedade ou da depressão, onde a pessoa pode sentir-se constantemente irritada ou frustrada.
Irritabilidade excessiva: pode ser depressão?
Como vimos, a irritabilidade excessiva pode ser um indicativo de depressão, especialmente em formas crônicas, como a distimia.
A distimia, também conhecida como transtorno depressivo persistente, é uma forma de depressão de longa duração, caracterizada por sintomas moderados que podem perdurar por anos.
Indivíduos com distimia frequentemente apresentam dificuldades nos relacionamentos devido à sua irritabilidade contínua e atitude pessimista.
Eles tendem a criticar a si mesmos severamente, reclamam constantemente e têm uma visão negativa predominante sobre a vida.
Esse padrão de comportamento pode ser erroneamente atribuído a uma personalidade complicada, dificultando o reconhecimento do transtorno como uma condição médica que requer tratamento.
Ao contrário da depressão maior, que pode surgir de forma abrupta, a distimia se desenvolve gradualmente, sem uma ruptura brusca no estado emocional da pessoa.
Ressaltamos que, conforme informações do Mental Health Atlas 2020 da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população global enfrenta transtornos mentais.
O Brasil se destaca negativamente nesse contexto, liderando a lista de países com os maiores índices de ansiedade e depressão na América Latina.
Assim, estimativas apontam que cerca de 19 milhões de brasileiros sofrem dessas condições, destacando a necessidade urgente de intervenções eficazes e acessíveis.
Qual o tratamento para irritabilidade excessiva?
Após realização de um diagnóstico preciso acerca da irritabilidade excessiva, podemos direcionar o paciente para o tratamento mais adequado.
Geralmente, a psicoterapia é uma forma comum e eficaz de tratamento, pois permite que os pacientes explorem as causas de sua irritabilidade, desenvolvam estratégias de enfrentamento e aprendam técnicas para melhorar o controle emocional.
Nesse contexto, a Terapia Comportamental Dialética, conhecida como DBT, pode ser uma abordagem valiosa, pois ajuda os pacientes a desenvolverem habilidades para lidar com emoções intensas, regular o comportamento impulsivo e melhorar os relacionamentos interpessoais.
Em nosso blog, temos um artigo sobre a Terapia Comportamental Dialética, acesse e saiba mais!
Ademais, em certos casos, pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar condições associadas, como depressão ou ansiedade.
Também costumamos recomendar que o paciente adote um estilo de vida saudável.
Isso inclui manter uma alimentação equilibrada e cultivar técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, que podem ajudar a reduzir os níveis de estresse e, consequentemente, a irritabilidade.
Já a atividade física regular pode ajudar a melhorar o humor, pois libera endorfinas, que são hormônios que promovem a sensação de bem-estar.
Estudos recentes demonstram que praticar exercícios físicos contribui para um estado emocional equilibrado.
Para se ter uma ideia, um estudo da Universidade da Austrália Meridional afirmou que a prática de exercícios é até 50% mais eficaz do que a medicação prescrita para o combate à depressão.
Então, se você está enfrentando irritabilidade excessiva e deseja uma abordagem personalizada para melhorar seu bem-estar, convidamos você a agendar uma consulta com os especialistas em saúde mental do Centro Afeto.
Nosso tratamento multidisciplinar é projetado para atender às suas necessidades, proporcionando suporte para ajudar você a alcançar o equilíbrio emocional.
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