Saúde mental na era digital: como manter o equilíbrio?

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Nosso envolvimento cada vez maior com a tecnologia e as redes sociais suscita uma questão extremamente relevante: é possível manter a saúde mental na era digital?

Embora a tecnologia seja uma ferramenta poderosa e necessária, é fundamental  priorizar o nosso bem-estar.

O Brasil, destaca-se como uma nação líder global no tempo diário dedicado à interação digital.

Segundo informações do IBGE, em 2022, 161,6 milhões de indivíduos com 10 anos de idade ou mais fizeram uso da Internet no Brasil.

Isso ressalta a urgência em compreender e abordar as complexidades associadas a essa constante interação com o mundo digital.

Dessa forma, ao reconhecer os efeitos da tecnologia na saúde mental e adotar práticas responsáveis, podemos encontrar um equilíbrio entre o uso benéfico e os potenciais impactos negativos da tecnologia em nossas vidas.

Como a tecnologia afeta a nossa saúde mental?

O mundo digital tem uma grande influência na saúde mental, apresentando tanto aspectos positivos quanto negativos.

Atualmente, a necessidade de estar sempre conectado ao trabalho por meio de dispositivos digitais pode resultar em sobrecarga e desequilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Assim, apesar do aspecto benéfico do acesso fácil à informação e recursos de aprendizado, a sobrecarga de informações e a disseminação de informações falsas podem causar estresse.

Além disso, a dependência tecnológica e o fato de nunca “desligarmos” a mente pode interferir no sono e contribuir para problemas de saúde mental.

As redes sociais e plataformas online são um mundo à parte! Apesar de  oferecerem conexão, o uso excessivo pode levar à comparação constante, sentimentos de inadequação e solidão.

Não podemos deixar de falar sobre os padrões de vida utópicos disseminados nas redes, que levam à constante comparação com imagens retocadas, afetando a autoimagem e a autoestima, principalmente dos jovens. 

Para se ter ideia, uma pesquisa conduzida por acadêmicos da Penn State University, nos Estados Unidos, com 1.500 participantes, revelou que o uso das redes sociais pode desencadear sentimentos de inadequação e baixa autoestima. 

A visualização de selfies de outras pessoas foi associada a uma imediata diminuição da autoestima. 

Outro estudo realizado em Berlim, com 600 adultos usuários do Facebook, constatou que o uso excessivo das redes sociais impactou negativamente a felicidade, exacerbando emoções negativas como inveja e ciúme. 

Navegar pelas atualizações de status alheias pode criar a falsa impressão de uma vida social mais rica, contribuindo para a redução do bem-estar emocional.

Não podemos deixar de falar sobre os jogos online e entretenimento digital, que podem levar ao isolamento social.

Portanto, a conscientização e a busca por apoio quando necessário são fundamentais para preservar a saúde mental na era digital.

Quais ações tomar para manter a saúde mental na era digital?

Atualmente, onde a chuva de informações pode desencadear efeitos prejudiciais à saúde mental, é preciso implementar medidas práticas para gerenciar esse fluxo constante.

Para atenuar esses impactos, é fundamental incorporar ações específicas, como por exemplo:

Limitar o tempo nas redes sociais

Estabelecer não apenas limites temporais, mas também períodos específicos do dia para o uso das redes sociais, promovendo uma relação mais saudável com a tecnologia.

Selecionar fontes de notícias com cuidado

Além de buscar fontes confiáveis, é importante praticar a alfabetização midiática, desenvolvendo a capacidade de discernir entre informações úteis e aquelas que podem gerar ansiedade.

Buscar momentos de relaxamento e desconexão

Integrar práticas consistentes de relaxamento na rotina diária, como atividades ao ar livre, ioga ou mindfulness, para atenuar os efeitos do estresse digital.

Encontrar um equilíbrio na informação

Adotar uma abordagem seletiva ao consumir conteúdo digital, priorizando informações que contribuam para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Separar tempo para descanso mental

Integrar momentos de desconexão total, onde a atenção é direcionada para atividades analógicas que estimulem a criatividade e relaxem a mente.

Manter vínculos sociais

Além de evitar o isolamento social, buscar ativamente participar de grupos presenciais que promovam conexões significativas.

Praticar atividades físicas regularmente

Além dos benefícios físicos, as atividades físicas regulares têm impactos positivos na saúde mental, liberando endorfinas e reduzindo os níveis de estresse.

Assim, ao implementar essas medidas, é possível não apenas gerenciar a sobrecarga de informações na era digital, mas também promover uma abordagem proativa para a preservação da saúde mental.

É possível usar a tecnologia para beneficiar nossa saúde mental?

Apesar dos contras, obviamente a tecnologia possui seus benefícios, podendo auxiliar na promoção de uma saúde mental equilibrada de diversas maneiras:

Aplicativos de saúde mental

Existem uma variedade de aplicativos dedicados à saúde mental, oferecendo recursos como meditação guiada, rastreamento de humor, e técnicas de gerenciamento de estresse.

Dispositivos de rastreamento de bem-estar 

Dispositivos como smartwatches podem monitorar sinais vitais e padrões de sono, fornecendo dados úteis para avaliar o bem-estar físico e emocional.

Tecnologia wearable para biofeedback 

Dispositivos de biofeedback, como sensores de frequência cardíaca, podem ser integrados a aplicativos que ajudam a entender e controlar nossas respostas físicas ao estresse, facilitando o desenvolvimento de estratégias.

Comunidades online de apoio

Plataformas online oferecem a oportunidade de conectar pessoas que compartilham experiências semelhantes, proporcionando um espaço para trocar conselhos, compartilhar histórias e encontrar apoio mútuo.

Conteúdos de educação sobre saúde mental 

A tecnologia facilita o acesso a materiais sobre saúde mental, capacitando as pessoas a compreenderem melhor suas próprias necessidades e a desmistificarem o estigma associado às questões mentais.

Porém, embora essas ferramentas sejam promissoras, é essencial usá-las de maneira equilibrada.

Lembramos também que a tecnologia não substitui a intervenção profissional, quando necessário.

Como os psicólogos e psiquiatras auxiliam os indivíduos a manter a saúde mental?

Psicólogos e psiquiatras educam sobre o uso saudável da tecnologia, destacando os impactos na saúde mental e enfatizando práticas conscientes.

Além disso, realizamos avaliações e diagnósticos para identificar problemas como vício em redes sociais, cyberbullying e ansiedade relacionada à tecnologia.

Também desenvolvemos planos de tratamento personalizados, utilizando abordagens terapêuticas específicas.

Nesse sentido, podemos auxiliar na gestão do tempo, estabelecimento de limites no uso de dispositivos e promoção de práticas de autocuidado para equilibrar o tempo online e offline.

Já no âmbito da prevenção e intervenção em cyberbullying, trabalhamos com crianças e adolescentes, oferecendo suporte e intervenção quando necessário. Além disso, fornecemos aconselhamento aos pais para criar ambientes digitais saudáveis, incluindo a definição de regras e limites adequados.

É essencial ressaltar a relevância desse suporte, especialmente considerando que o Brasil lidera o mundo em prevalência de transtornos de ansiedade, conforme indicado pela pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017.

Então, em caso de dúvidas ou ao observar que algo não vai bem com sua saúde mental ou de pessoas próximas, encorajamos você a procurar o Centro Afeto.

Nossos profissionais mantêm-se atualizados sobre as tendências e pesquisas na interseção entre tecnologia e saúde mental, adaptando suas práticas conforme novas informações e desafios surgem.

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