TDAH: tudo que você precisa saber!

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O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico comum que afeta crianças, adolescentes e até mesmo adultos.

Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade que podem interferir nas atividades diárias e no desempenho acadêmico

A doença afeta cerca de 3% a 5% das crianças em idade escolar no mundo, de acordo com dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), que também foram divulgados pelo Ministério da Saúde.

Quais são os tipos de TDAH?

Existem três tipos de TDAH, classificados segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM IV):

  • TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
  • TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade;
  • TDAH combinado (com predomínio de sintomas de desatenção e hiperatividade/impulsividade).

Entenda melhor cada tipo abaixo:

TDAH com predomínio para desatenção

Esse tipo de TDAH, consiste na dificuldade para se concentrar durante um período médio em um mesmo assunto.

Em geral, são alunos que se distraem facilmente por qualquer estímulo externo e podem apresentar alguns sintomas, como:

  • Não dão atenção aos detalhes ou comete erros por descuido nas tarefas escolares, ou durante outras atividades;
  • Tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (dificuldade em permanecer focado em palestras, conversas ou leituras demoradas);
  • Não seguem as instruções e não conseguem terminar tarefas escolares (iniciam tarefas, mas rapidamente perdem o foco e é facilmente desviado);
  • Evitam, não gostam ou relutam em se envolver em tarefas que exigem esforço mental sustentado (trabalho escolar ou de casa);
  • Perdem coisas necessárias para tarefas ou atividades (materiais escolares, canetas, lápis, livros, brinquedos);
  • Se distraem facilmente por estímulos externos e internos (pensamentos, sensações).

TDAH com predomínio para hiperatividade/impulsividade

As crianças com TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade e impulsividade são mais agitadas, podem ter um comportamento mais explosivo e pensamento acelerado e podem apresentar alguns sintomas, como:

  • Inquietação;
  • Dificuldade em permanecer sentado (na sala de aula ou em outras situações onde deveria permanecer sentado);
  • Corre ou se movimenta com agitação em situações inadequadas;
  • Incapacidade de brincar ou se envolver em atividades de lazer em silêncio;
  • Incapacidade de permanecer parado por um longo período sem sentir desconforto;
  • Fala excessiva;
  • Deixa escapar uma resposta antes que a pergunta seja completada (completa as frases das pessoas);
  • Dificuldade em esperar sua vez (na fila ou em uma conversa);
  • Interrompe ou se intromete em conversas, jogos ou atividades.

TDAH Combinado

Este último trata-se de um diagnóstico um pouco mais complexo.

Pacientes com TDAH tipo misto/combinado demonstram seis ou mais sintomas de desatenção e seis ou mais sintomas de hiperatividade e impulsividade.

Como realizamos o diagnóstico do TDAH?

O diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) envolve uma avaliação abrangente realizada por um profissional de saúde mental, como um psiquiatra, psicólogo clínico ou pediatra especializado em saúde mental.

O processo diagnóstico geralmente segue as seguintes etapas:

Avaliação clínica

O profissional de saúde realiza uma entrevista clínica com o indivíduo suspeito de ter TDAH, bem como com seus pais ou cuidadores, para obter informações detalhadas sobre os sintomas, histórico médico, comportamento e funcionamento em diferentes contextos, como em casa e na escola.

Critérios diagnósticos

O diagnóstico do TDAH é baseado em critérios estabelecidos nos manuais diagnósticos, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) ou a Classificação Internacional de Doenças (CID-10). 

Esses critérios definem os sintomas necessários para o diagnóstico, bem como a duração, frequência e impacto funcional dos sintomas.

Observação comportamental

O profissional pode realizar observações diretas do comportamento do indivíduo em diferentes ambientes, como na escola, para verificar a presença dos sintomas característicos do TDAH.

Testes de apoio

Os testes de apoio para TDAH, como o ASRS-18, DIVA e Neuropsicológico, desempenham um papel fundamental na identificação e avaliação dessa condição. 

O ASRS-18 é um questionário de autorrelato que avalia os sintomas do TDAH em adultos, enquanto o DIVA é uma entrevista clínica estruturada usada para diagnosticar o TDAH em adultos. 

Já os testes neuropsicológicos avaliam funções cognitivas específicas, como atenção, memória e controle inibitório, que podem ser afetadas pelo TDAH. 

Essas ferramentas ajudam os profissionais de saúde a entender melhor os sintomas e o impacto do TDAH na vida diária do paciente, facilitando o desenvolvimento de planos de tratamento individualizados e eficazes.

Coleta de informações adicionais

O profissional pode solicitar informações de terceiros, como professores, para obter uma visão mais completa do comportamento e do desempenho acadêmico da criança ou adolescente.

Exclusão de outras condições

É importante descartar a presença de outros transtornos ou condições médicas que possam estar causando sintomas semelhantes ao TDAH.

Isso pode envolver a realização de exames médicos e a consideração de fatores como estresse, trauma ou problemas emocionais.

É fundamental que o diagnóstico seja feito por um profissional qualificado, pois existem diversas condições que podem apresentar sintomas semelhantes ao TDAH, e um diagnóstico preciso é essencial para garantir o tratamento adequado.

O diagnóstico precoce e preciso do TDAH permite que intervenções e suportes adequados sejam oferecidos, visando melhorar a qualidade de vida e o desempenho funcional da pessoa afetada pelo transtorno.

‌Quais são as opções de tratamento para esse transtorno?

O tratamento do TDAH geralmente envolve uma abordagem multimodal que inclui intervenções comportamentais, educacionais e, em alguns casos, o uso de medicamentos. 

As estratégias comportamentais podem envolver técnicas de organização, estabelecimento de rotinas, reforço positivo, manejo do ambiente escolar e treinamento de habilidades sociais. 

 A terapia cognitivo-comportamental também pode ser útil no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e na melhoria da autoestima.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, como estimulantes (por exemplo, metilfenidato) ou não estimulantes (por exemplo, atomoxetina), para controlar os sintomas do TDAH.

O médico irá avaliar cada caso individualmente e determinar a necessidade e a melhor opção de tratamento medicamentoso.

Além disso, é importante o envolvimento da família e da escola no processo de tratamento.

Uma parceria entre pais, professores e profissionais de saúde é fundamental para estabelecer estratégias consistentes e proporcionar um ambiente de apoio adequado para a criança ou adolescente com TDAH.

É importante ressaltar que cada caso de TDAH é único, e o tratamento deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades e características específicas de cada pessoa.

Assim sendo, se você ou alguém que você conhece está lidando com o TDAH, saiba que estamos aqui para ajudar, oferecendo suporte e orientação ao longo de todo o processo.

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