Transtorno de ansiedade social: como superar o medo e construir conexões saudáveis

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Você quer saber como lidar com o transtorno de ansiedade social?

Embora os seres humanos sejam naturalmente sociais e a interação com os outros seja essencial para seu bem-estar, pessoas com transtorno de ansiedade social enfrentam um medo desproporcional em situações de convivência ou exposição, vistas como ameaçadoras.

Esse distúrbio pode impedir o desenvolvimento de conexões saudáveis e afetar profundamente a vida pessoal e profissional.

Assim, o transtorno de ansiedade social não se trata apenas de timidez, é uma condição persistente e debilitante que interfere no cotidiano.

Porém, com as abordagens adequadas, é possível superar esse medo, melhorar as habilidades sociais e construir relacionamentos mais saudáveis.

Acompanhe neste artigo!

O que é o transtorno de ansiedade social?

O transtorno de ansiedade social (TAS), também conhecido como fobia social, é caracterizado por um medo excessivo e persistente de ser julgado, avaliado ou humilhado em situações sociais.

Esse distúrbio afeta vários aspectos da vida, como relacionamentos, trabalho, estudos e atividades de lazer, uma vez que impede a pessoa de se envolver confortavelmente em interações cotidianas​.

No TAS, o medo é tão intenso que a pessoa muitas vezes evita ativamente essas situações ou as suporta com grande sofrimento.

Além disso, uma característica marcante do transtorno é a preocupação exacerbada com o desempenho social.

A pessoa teme que suas ações ou comportamento sejam inadequados e que isso resulte em humilhação ou rejeição.

Em muitos casos, esse medo está relacionado ao fato de que os outros possam perceber sua ansiedade, levando-a a se preocupar ainda mais em parecer ansiosa, criando um ciclo vicioso de ansiedade e evitação​.

É importante notar que, embora muitas pessoas com transtorno de ansiedade social reconheçam que seu medo é excessivo, algumas podem não perceber que o nível de ansiedade que experimentam é desproporcional à realidade.

Segundo o último levantamento do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado em 2019, aproximadamente 13 milhões de brasileiros  sofrem de Transtorno de Ansiedade Social e especialistas acreditam que esses números provavelmente aumentaram no período “pós-pandemia”.

Um estudo recente destaca as taxas crescentes desse transtorno também entre crianças, adolescentes e jovens e sugere que o transtorno tende a se agravar com o tempo, especialmente se não tratado.

Quais são os principais fatores de risco para desenvolver essa condição?

Os fatores de risco para desenvolver transtorno de ansiedade social incluem uma combinação de aspectos genéticos, experiências de vida e traços de personalidade.

Entre esses fatores, podemos destacar:

Histórico familiar 

Pessoas cujos pais ou irmãos biológicos sofrem de transtorno de ansiedade social têm mais chances de desenvolver a condição.

Experiências negativas 

Crianças que passam por situações de bullying, humilhação, rejeição ou ridicularização estão mais propensas a desenvolver o TAS.

Eventos traumáticos 

Conflitos familiares, abuso ou experiências traumáticas podem contribuir para o aparecimento do distúrbio​.

Temperamento

Crianças tímidas, retraídas ou que apresentam uma resposta inibida a novas situações tendem a ter maior risco de desenvolver ansiedade social ao longo da vida​.

Demandas sociais ou profissionais 

Muitas vezes, o transtorno começa na adolescência, mas novas exigências, como conhecer pessoas novas, falar em público ou realizar apresentações, podem desencadear os primeiros sintomas.

Aparência ou condições que chamam atenção

Pessoas que possuem características físicas que atraem atenção, como gagueira ou desfigurações faciais, podem sentir-se mais autoconscientes, o que pode agravar os sintomas de ansiedade social.

Quais são os sintomas dessa condição?

Os sintomas do transtorno de ansiedade social podem variar em intensidade, mas geralmente incluem:

  • Sudorese excessiva;
  • Tremores ou mãos trêmulas;
  • Batimentos cardíacos acelerados;
  • Rubor facial;
  • Tensão muscular;
  • Náusea ou dor de estômago;
  • Medo intenso de ser julgado ou observado negativamente pelos outros;
  • Preocupação excessiva com situações sociais, muitas vezes semanas antes de um evento;
  • Medo de passar vergonha ou de ser rejeitado em situações sociais;
  • Sensação de “mente em branco” durante interações ou apresentações públicas;
  • Evitar interações sociais como falar em público, conhecer novas pessoas ou até comer em frente a outros;
  • Suportar situações sociais com grande angústia e sofrimento​.

Ao experienciar essas sensações, é fundamental buscar ajuda de um especialista para avaliar seu quadro e identificar se você possui esta condição, definindo o melhor tratamento para seu caso.

Como realizamos o diagnóstico dessa condição?

O diagnóstico do transtorno de ansiedade social é realizado pelo psicólogo ou psiquiatra, após uma avaliação clínica detalhada.

O processo começa na consulta, na qual realizamos perguntas sobre os sintomas apresentados, como o medo intenso de situações sociais e a preocupação constante com o julgamento alheio.

Além disso, analisamos o impacto desses sintomas no cotidiano do paciente e consideramos também seu histórico médico e familiar.

Assim, podemos identificar possíveis fatores de risco, como experiências traumáticas na infância ou antecedentes de condições de saúde mental na família.

Ademais, para confirmar o diagnóstico, utilizamos os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).

De acordo com o manual, o paciente deve apresentar:

  • Medo acentuado e persistente a mais de 6 meses ou ansiedade em uma ou mais situações sociais em que podem ser julgadas por outras pessoas;
  • O medo deve envolver uma avaliação negativa por outras pessoas (por exemplo, humilhação, vergonha, rejeição ou ofensa). 

Além disso, todos os seguintes critérios devem estar presentes:

  • As mesmas situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade;
  • Pacientes evitam ativamente a situação;
  • O medo ou a ansiedade é desproporcional à ameaça real (levando em conta as normas socioculturais);
  • O medo, a ansiedade e/ou esquiva causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional.

Também é importante descartarmos outras possíveis causas dos sintomas, como problemas físicos, e diferenciar esse quadro de outros transtornos, como o transtorno de ansiedade generalizada, agorafobia e síndrome do pânico.

Como realizamos o tratamento dessa condição?

O tratamento do transtorno de ansiedade social, geralmente, envolve uma abordagem combinada, que inclui psicoterapia, medicamentos ou ambos.

A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), desempenha um papel central no tratamento do TAS.

Um estudo realizado em 2023 oferece uma visão detalhada sobre o transtorno de ansiedade social e mostra a eficácia dessa terapia no tratamento do transtorno, apresentando evidências científicas e um estudo de caso para exemplificar os processos terapêuticos.

Essa terapia ajuda o paciente a identificar e modificar os pensamentos e comportamentos que mantêm a ansiedade social.

Através de técnicas, como a reestruturação cognitiva e a exposição gradual a situações temidas, o paciente aprende a enfrentar seus medos e a desenvolver habilidades sociais.

O psicólogo é o profissional responsável por conduzir esse processo.

Ele orienta o paciente a reconhecer padrões de pensamento disfuncionais e a praticar novas maneiras de lidar com as situações sociais.

Por outro lado, o psiquiatra tem um papel importante na avaliação e prescrição de medicamentos, caso necessário.

Nesse sentido, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) ou betabloqueadores podem ser utilizados para controlar os sintomas mais intensos de ansiedade e permitir que o paciente participe de sessões de psicoterapia de forma mais eficaz.

Em casos mais graves, o psiquiatra pode ajustar a medicação para garantir que o tratamento seja adequado e seguro.

Então, se você ou alguém que conhece está enfrentando dificuldades com a ansiedade social, não hesite em buscar ajuda.

No Centro Afeto, contamos com uma equipe de especialistas em saúde mental, incluindo psicólogos e psiquiatras, prontos para oferecer o suporte necessário para o seu tratamento.

Marque sua consulta hoje mesmo e retome o controle da sua vida social!

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